sábado, 18 de julho de 2009

Retratos da vida contemporânea (paralelo com o passsado)

Onde antigamente eu era feliz por não ter que ir á escola,
Hoje já percebo quanto prejudicial era aquela que faziam a horrenda ''cola'',
Onde antigamente eu era feliz por ter amigos que trocassem brinquedos comigo,
Hoje raramente os encontro,e eles nem tem a dignidade e o reconhecimento de me chamar de amigo!

Antigamente eu era lépida e fagueira,
Radiante e faceira,
Hoje sou mais velha e só falo asneira,
Antigamente eu era a mais feliz por ter ganhado a mais simples de presente besteira,
Hoje fustigadamente sou uma pessoa apressada,
Atarefada,e estafada,
Não acredito mais em duendes ou fadas.

Onde antigamente eu podia ver televisão e rir,
Hoje é o que me faz fugir,
Onde antigamente eu podia olhar para frente e dizer,
Não consigo ver nada,com esta alta gente,
Hoje já olho de cima,
E com a dos olhos menina,
Parece que fotografo meu passado.

Onde antigamente na ceia eu comia frango assado,
Hoje como um modesto ensopado,
Onde antigamente visitava-se os parentes e amigos,
Hoje não recebo ninguém e nem ligo,
Onde uma vez trocava doces papéis de carta,
Hoje sou aquela que as brigas aparta!

Enfim,na imensidão do passado,
E no progresso do presente,
Posso dizer que sou bem ausente...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Provisoriamente...

Provisoriamente,tentarei ser aquilo que gostariam que fosse,
O anão,o doce,
O elefante,o palhaço,
O triste felicitante olhar e o coração de aço,
O meu eu,minhas idiossincrasias perdidas jogadas ao léu,
A minha triste sina,descartada como uma putrefata folha de obsoleta de papel,
Tentarei neste dia ter tirado de mim o triste fel,
E encher minhas lúgubres tardes de doce mel,
Então todos me aplaudirão,dizendo então:
-''Esta pessoa modificou o seu coração'',
E eu inerte na consolação que nunca veio,
Espero entender onde é o fim,o princípio ou o meio,
Provisoriamente,tentarei dar fim aos melodramáticos fins de novela da minha cabeça,em que só eu sei,a dor que sentirei,
Ao saber que tudo aquilo que planejei,
Não o terei,
E terei então dois ''eus'',
Erguerei as mãos á Deus e pedirei:
Olha por estes homens,maus e bons,
Doentes e sãos,
E apazigua,por favor,o coração deles meu Deus,
Porque só eu sei como sofro,
Como morro,como tenho pesar,
De ver o homem-máquina,
O segredo do mundo tentando adivinhar,
E as regras todas acabando de quebrar!
Mas,provisoriamente,terei que ser,que ter,e que saber,
E que entender essa raça louca,
Que sã neste mundo é tão pouca,
A terrível raça humana,
Que de humana não tem nada,
E terei que inevitávelmente que subir a douda escada do progresso,
Enquanto os outros descem a temível escada do regresso,
E não me entendem,
Fazer o quê?...
Perdoá-los ou ignorá-los?
Provisoriamente...
Não sei...