segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Solidade (Junção de solidão com saudade)




Porque eu não consigo esquecer?
Tudo aquilo que eu não pude viver?
Porque a dor vem poisar em meu coração?
Porque eu ainda faço em prol do meu sonho extensa oração?

Meus olhos se tornaram um reflexo seu,
Sonho meu.
Ainda que eu viva cem anos,
Não vou desfazer jamais os meus infantis planos,
De revê-lo...

Entre versos bobos,
E citações nécias,
Eu rabisco em meu caderno,
Um esboço da dor,
Um esboço de um carinho eterno.

O barulho das horas passando,
Indicam que minha vida está passando,
E o meu sonho estou adiando...
Ah,eu chego a odiar,
De tanto que eu quero essa quimera realizar...

Durmo,
Acordo,
Discordo.
Folheio um livro qualquer,
Mas o pensamento prender-se ali não quer...
Ouço uma canção,
Caio no choro,
Descompassa o coração,
Saudade,minha pior aflição.

Olho para as fotografias com extremada afeição,
E cada vez mais sinto pesar em meus pés o grilhão...
Mas vem a brisa,
E suaviza,
Minha saudade,
Minha tolice,
Eu morro por alguns instantes,
Ao lembrar do antes,de um pretérito bem mais que perfeito...

Mas meu defeito é sonhar,
Então em areias brancas me ponho inerte á caminhar,
Sem ter para onde rumar...
E se eu pudesse correr,
E se eu pudesse remar?

Nada vai adiantar,
Nada vai tirar desta alma,
Toda essa calma,
Que a solidão pode dar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Crítica feroz á hipocrisia

Portas,janelas,espelhos e armários,
São todos hipócritas,
Se fazem de mudos e de criados,
Mas na verdade neles todos os nossos segredos estão gravados.
Afinal,quantas vezes já nos viram chorar...
E então toda serena entreaberta a janela,
Nem se deu conta de que alguém queria jogar-se dela...

Quase tudo é hipócrita,
Menos o pensamento,
Este sim,no pensado momento,
Se abstem de conceitos lorpas e imbecis,
E não pinta paredes cinzentas com lindos tons de azuis-anis...

Ah!0 fim da hipocrisia é tudo o que eu sempre quis...
O fim dum demente controlador da mente e juiz,
O início de todos deixarem entrever á sua raiz...

O fim da gentileza forçada,
Do amar obrigada,
Do aturar além do limites...
O início da veracidade da mentira...

Chega,ora pois,
De por o carro na frente dos bois,
E deixar de dizer o que pensa para depois...
Pois o depois é aliado da hipocrisia,
Que para surgir não escolhe hora e nem dia...

Critico e brado,
Com muito e pesaroso enfado,
A burguesa hipocrisia,
A doçura doentia,
A falsidade que envenena,
A vingança da mais plena.

Sentimento que subjuga,
Zomba e á todos enganar julga,
Horror humano,
Que permanece entra ano e sai ano.
Ah,mas que sentimento mais profano...


Não me calo e não me calo,
Não quero que a verdade se escoe pelo ralo...
Que venham cavalos e armaduras,
Pois a verdade aqui é dura,
E não me venham com torrões de açúcar envenenados,
Pois se eu morrer com a hipocrisia vocês serão os culpados.

Se te amo,sempre te amarei,
Mas se te odeio,isso eu sempre lhe falarei,
Pois se isso ocultarei,
Serei desta horda de malfeitores,
Que só nos causam dores...

Bandidagem mascarada,
Que não tem boca para nada,
No altar se põem,
A mesa servem uma verdade crua,
Que até hoje não digeri...
Disto não se ri...

Critico aqui indignada,
Um caminho que não leva á nada,
Pura asneira e galhofada,
E convenhamos todos,
Quem´se vale da hipocrisia,
Está fazendo imensa palhaçada.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010



Eu sofro.
Sofro sozinha,
Sofro de saudade,
Não tenho identidade,
Quem sabe eu mude de cidade,
De país,
Ou quem sabe,de mundo...

Por um segundo,
Cai a conexão,
Entre mim e meu coração...
As fotografias só vem dizer,
Que do passado eu não posso mais viver...

Entre letras e clipes de músicas antigas,
Eu lembro de pessoas mui queridas,
De minhas várias vidas,
Dos meus vários eus,
Me dê uma luz meu Deus!

E se eu chorasse,
E se eu andasse,
Mas é tudo em vão,
Quem controla este louco coração....

A saudade é pauta,
É todo meu sentimento,
Que nunca cairá,
No podre esquecimento.

No livros em que eu leio,
Nas músicas em que ouço,
As lágrimas lavam meu rosto,
Levam o desgosto,
De ter a distância,
A inconstância,
A dor.

Eu não me lembro direito do que eu gostaria,
Mas eu tento todo o dia,
Dói demais ter saudade,
E nem me recordar,
Do que um dia eu pude muito amar.

A hora no relógio,
Me lembra.
O papel de meus cadernos,
Me lembra.
Tudo me conduz,
Á essa saudade feroz,
Que é pedra e não reluz,
Apaga a minha luz.

A chuva na janela,
As estrelas no céu,
São caminhos,
Curtinhos,
Mas que me ligam de volta ao meu sonho de um dia de perto te ver.

E se demorar?
E se eu chamar?
E ninguém responder?
O que é que eu pobre sonhadora irei fazer?

Escrever já não dá mais,
A dor transborda,
O meu eu não acorda...
Tanta saudade...
O dobro da minha idade,
Meu sonho é realidade?
Não.
É irreal,mentiroso,
Misterioso?
Nem tanto.

E com saudade,
Muita saudade,
Eu canto em um canto,
Na poeira da distância,
Recordando até a infância.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quebra-cabeça.



Desperto.
o meu eu está esperto.
É alta madrugada,
E eu não penso mais em nada,
Que não seja entender um sentido para as coisas...

Para mim a vida não tem cabeça e nem pé,
Eu não aceito tudo como é,
Eu sei quem sou e não sei,
Eu amo muito a vida como nunca antes amei...

Mas meu cérebro é inquieto,
Não para quieto,
Sempre em busca de respostas,
Porém,meu eu não quer e nem deve levar o mundo nas costas...


Minha idiossincrasia,
Construiu-se em anos,
E desmoronou-se em um dia...
Eu sou curiosa,
De saber até onde vem o perfume da rosa...

Agito,desmonto e conserto,
Minha vida do jeito que eu achar correto,
Meu caminho é bem direto,
Direto para um futuro cheio de respostas.

Mas,e se até lá,
Mudarem todas as perguntas,
Eu ficarei perdida?
Aturdida?
Não sei,
Talvez tudo eu recomeçarei...

Bobagens á parte,
Questionar para mim é uma arte,
Que não merece sofrer um descarte.
Perguntar na vida é normal,
É construtivo,
É um ato racional,
E faz parte
É algo teatral...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Poema desconexo....





Não,não,vejo razão em ser sempre coerente,
As certezas do mundo me deixam doente,
A coerência excessiva beira demência,
Ora,tenha paciência...

Eu me dou ao direito da contradição,
Pois por vezes deixo vir á tona,
A sublime voz do meu coração.

Falar com conexão,
Mas sem verdade,
Nos afasta de tão bela dimensão,
O perdão...

Feche os olhos,
Não minta para você,
Não deixe a mesquinhez das verdades frias,
Lhe por em questão,
E apresentar o caminho da escuridão...

Deixe de lado a preocupação,
Pois ela é literalmente,
Nada mais que uma pré-ocupação,
Um pensamento infundado,
Que acaba por te deixar afundado...

Não queira nunca preocupar-se com o que não aconteceu,
Afinal o hoje a gente vive e o passado já morreu...
Aprenda que o medo não é sinal de covardia,
E sim prova leal de valentia,
Pois quem sente medo e vai a luta,
Sempre vence no final.

Proponha-se a mudar de opinião,
Á convencer a multidão,
De sair da convenção,
De ser mais você...

Se você sonha,
Boa sorte,
Comprometa-se com ele até a hora de sua morte...
E não deixe a porta da saída aberta,
Para que os seus sonhos não escapem...

Aprenda que começar todos os dias da mesma maneira não é rotina,
É uma responsabilidade,
Porque inconsequencia,
Não é boa ciência.
Fale com nexo ou seja desconexo,
Em resumo faça da sua vida uma ótima experiência,
Com ou sem coerência...