quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Eu fui...

Eu fui uma estrela que despencou do céu,
Eu fui uma abelha que cansou de fabricar o mel...
Eu fui tudo aquilo que eu pude ser,
Eu vi tudo o que eu sempre de belo quis ver...

Mas hoje,
Já vejo a vida diferente,
Não indolente,
Mas madura,
Abandonando a casca de lagarta adolescente,
Por que sei que nada para sempre perdura...

Eu fui um dia medrosa,
Espetei-me em espinhosa rosa,
Chorei,
Mas hoje sei,
Que o espinho faz parte da flor,
E que devemos tratá-la com amor...

Um dia eu fui,
Sonhar e não voltei,
Um dia eu quis chorar e não mais parei...
Um dia eu resolvi escrever estes versos,
E então os amei...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Uma natureza inspiradora...

É lindo viver,
É lindo sonhar,
É tão gratificante poder respirar,
Esse ar de alívio,
Encher os pulmões de paz...

É sublime deitar na grama,
E dizer ao céu o quanto você o ama,
Ama nessa plenitude azul,nubiforme...
E é encantador sentar em frente ao mar,
E dizer que você é capaz de amar,
Essa massa de água disforme,enorme.

Um remanso de paz,
Um poema loquaz,
Um sorriso no rosto,
No bolso,guardado,o desgosto...

Na natureza,
As respostas,
A beleza...
O meu eu se enche de luz,
A estrela reluzente do céu me conduz...

Um sopro de vento,
Vem suavemente refrescar o meu momento,
Fazer voar os meus tormentos...
O perfume das rosas,
Veludosas rosas,
Vem me inspirar para escrever lindos versos e prosas...

Viajo inerte com a natureza,
Em sua essência faço poesia,
Poesia distante de uma realidade fria...
Eu em mim não cabia...
Para exaltar tamanho amor,
Por essa mãe natureza,
Cheia de encantos e frescor.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Á meu irmão.

Eu estou feliz,
Feliz daquela felicidade transcendental,
Aquela felicidade gostosa e refrescante,
Como o dentifrício mais sensacional...

Paro na janela,
E sinto um vento sabor canela,
Doce de alegria,
Vir inundar lentamente o meu dia...

O sol derrete-se no horizonte,
Displicente,indolente,
Querendo prolongar o meu dia,
Querendo prolongar minha alegria,
Querendo imortalizar esse sorriso ainda adolescente...

Nada é como era antes,
O meu descanso agora é de paz,
Eu sou de contentamento um az,
Não consigo caber em mim de tanta emoção,
Meu coração,
Agora bate com razão...

Uma lágrima cristalina,
Traduziu brevemente,
A realização de um sonho antigo de menina...

Um sonho,
Hoje realidade,
Independentemente de minha idade...
Questão de muito carinho,
Carinho esse que guardava eu á muito no coração,
Para esse ser tão especial,
Esse ser que eu chamo agora de irmão.

domingo, 24 de outubro de 2010

A morte de uma dúvida.




Minha dúvida morreu hoje,
Pois é,
Devo desde já,
Tratar do enterro,
Do velório,
Tudo muito simplório...
Porque com a sua morte,
O dia fica menos inglório...

O ponto de interrogação,
É principal convidado,
E o coração abafado,
Sente-se infinitamente aliviado.

Lágrimas hão pela dura constatação,
Quem diria eu,
Chorar sobre esta razão?
Mas sim,
Foi exatamente assim...

A verdade tem longas pernas para nos alcançar,
E a mentira curtas para correr...
Mas que importa se a verdade agora eu acabo de saber?

A dúvida foi um eterno na vida borrão,
Foi de atalho a estradão,
De um assunto complexo e sem nexo,
Que bagunça meu viver,
Que ligada ao passado,infelizmente,me faz ser...

A solidão e eu damos a mão,
E eu saio por aí,
Cantando qualquer canção...
Isto tudo é de cunho emocional,
Mas não é nada muito sensacional...
E sim chocante,
Berrante,
Errante.


Minha idiossincrasia,
Minha alegria,
Perderam-se?
Fugiram?
De mim riram?
Meus ideais foram derrubados?
Não,a malvada dúvida morta,
Só fez fortalecer meu jovem coração,
Ainda que de uma maneira um tanto torta...


Eu sempre serei,
Tudo aquilo de que um dia eu desejei,
Com dúvidas,
Ou sem,
Mas isso interessa a quem?


Por aqui vou encerrando,
Este poema duvidoso,
Porém muito mimoso,
Constatação,
Do dia em que uma dúvida morreu em meu coração.

sábado, 23 de outubro de 2010

Flores de inverno










No inverno do meu coração,
Corro entre as verdejantes campinas,
E colho as mais belas flores,porém tão pequeninas...

São flores que nasceram em um inverno congelante,
E tem por finalidade embelezar esse caminho apavorante,
Essa senda obscura,
Tão triste e tão escura,
Com suas fragrâncias tão puras...

O meu coração congelou-se,
Mas ao mesmo tempo floriu-se,
E riu-se,
Da bela rosa em flor,
Que fez em um sorriso renascer um grande amor.

Nem todas as rimas e estrofes deste mundo,
Conseguirão traduzir nem um segundo,
Esta beleza toda,
Este fulgor mágico das flores,
Que dissolvem todas as minhas dores...

Ah,estas flores de inverno são tão doces,
Que despertam no meu íntimo,
Muita doçura,
Doçura essa que afasta,
Essa loucura da amargura nefasta.

Em um ritmo todo próprio,
O meu coração volta a bater,
Porque as florezinhas de inverno,
Me reanimam á viver...

Sem tradução,
Sem nenhuma plausível explicação,
Essas flores em metáfora,
Significam toda a esperança e alegria,
Que ainda habita em meu coração...
Na minha alma,
No meu ser,
Que não me deixa morrer...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A história da minha história.

Eu e você,
Você e eu...
Destino,acaso,mão de Deus?
Seria a hora de abraçar ou á de dizer adeus?
Sou a sua continuação,
Mas não o fim,
Ah,mas porque tudo tem que ser assim...

Posso falar de você para todos,
Mas mais não posso,
Porque a minha timidez me trava,
E deste fardo sou escrava.

Gosto de você exatamente do jeito que você foi,
Não me importando com outras coisas,
E adoro o jeito que atualmente você é,
Pois só você desata o grilhão amarrado ao meu pé.

De você eu não sei fazer poesia,
Porque você é eu em demasia,
E eu sou você,
E isso ninguém desconfia.

Somos uma só,
E eu dependo de você,
Afinal,na minha vida você deu o seu jeito.
E eu não lhe entendo direito.

Mas te amo como for,
Seja na vida na morte ou na dor,
Você da minha vida é o corredor...

Quando eu morrer,
Você acaba também,
Mas não morre na memória de ninguém,
E daí as pessoas vão olhar o retrato,
De sabe se lá quem.

Em fotos eu lhe guardo,
No futuro eu lhe aguardo,
No presente eu lhe observo,
Do passado eu lhe chamo,
Ah,mas eu te amo.

Estes versos contém a história da minha história,
Minha vida,
Meus fatos,
Minha memória.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O nosso tempo perdido (uma história entre mim e a felicidade)

''Eu sei que você não me ouve,
Só vê o que eu escrevo,
Mas eu desabafo agora aqui com você.''

Agora a rima vai embora,
E a estende-se preguiçosa a a hora...
Eu não posso ver,
Sem a dor no coração ter...

Esses anos todos,
Longe,perdida,
Mortificada,aturdida,
Te procurando,
O seu nome berrando,
Sonhando...

Sozinha...
Tornando-se isolada e até mesquinha...
Sei que me perdi de você faz muito,
Mas eu ainda quero que andemos no mesmo caminho.
Nem que para isso,
Eu tenha que enfrentar feroz escarninho...

Quero recuperar o que eu não pude viver,
Quero tirar essa barreira de vidro que existe entre eu e você...
Mas eu sei que de medo eu vou morrer...
Eu sei que você ainda vai me entender...

Ah,como eu queria falar sobre você sem os olhos de água encher,
Mas isto não pode ser...
O meu coração não sabe mais para que lado correr...

Quero muito de você estar perto,
Quero dizer á todos o que é certo...
Que você nunca me abandonou e nem me esqueceu,
O que aconteceu,foi apenas um acaso do destino...

Quero te guardar aqui no meu coração,
Fazer uma menção...
Mas só te peço,não me esqueça,
Ainda que isto eu mereça...

Eu não sei o que eu seria sem você...
Quando nascia eu,
Eu chorava,
E desde ali você já me acompanhava...
E eu já te queria perto de mim,
Mas nem sempre pode ser assim...

Ás vezes,parece que ouço você me chamar,
Mas logo penso que louca eu acabei de ficar.
Meu Deus,como eu quero do seu lado estar...
Mas...
Ainda vamos juntas caminhar.

Só eu e você FELICIDADE!

A incoerência do que se tem por certo.



Dia desses,
Minha cabeça pensou,
Como é que se pode afirmar algo,
Que nunca se vivenciou?

A sociedade tirana,
Impõe regras vazias.
E eu sei que mentias,
Quando disse que entendias.

As verdades do mundo são incoerentes,
São como águas correntes,
Nunca sabemos onde começou,
E nem onde acabará...
Temos que nos contentar em ficar onde a correnteza nos levará...


O que se tem por certo,
É um caminho aberto,
Á dúvidas e indagações,
Porque nada fica igual,
E com uma verdade acontece tal.

Nada é certeza,
E com de sentimento profundeza,
Eu vos digo,
Que a única é a de que vamos morrer,
Sim.
E não adianta,outra coisa você ler.
É fato.

Certas pessoas são estampadas de incoerência,
Tanta,mas tanta que até beiram a demência...
Não falam coisas certas,
E nem sempre estão despertas...
Para as lições que a vida quer-lhes ensinar,
A estas pessoas,deve-se ensinar a amar.

É lógico,claro,conciso,
A verdade coerente é a única coisa de que eu preciso...
E aprendam caros amigos,
Nunca uma verdade é sempre absoluta,
Ela sempre tem um quê de mentira,
E uma mentira sempre tem um quê de verdade.
Isso é a realidade.


Nestas estrofes mal formadas,
Eu tento dissipar as grossas camadas,
Da incoerência e ditadura,
Que se abatem sobre o mundo,
Não desperdiço o meu segundo,
Não danço valsa,não planto flor,
Eu só quero que todos conheçam,
O que é o verdadeiro amor.


Para a incoerência do que se tem por certo,
O meu eu está esperto,
Não cai na sua rede,
Não tem ilusões por verdade,
E não se ilude com falsidade...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ode raivosa á insônia.



Em uma noite insone,
Eu girei o mundo com a mente,
Inventei coisas sensatas e uma bem demente.
Não durmo,
O sono não me acompanha,
Que tristeza,
Não vejo a do sono beleza...

Sou insone,
Sou irrequieta,
A minha paz está afastada,
E á noite eu mergulho em um mar de nada...

Em versos simples,
E de olhos bem abertos,
Venho comunicar á todos que meus pensamentos estão dispersos.
Na noite insone,
Invento uma história sem nome...
Uma lira,
Uma ode,
Mas como é que isso pode?

O mundo do sono encantado,
Por mim não é mais desbravado...
Só o teto,inerte,
É minha única visão...
É da mente um arrastão...
Varrendo assim,
A da noite vastidão...

Danço,corro,faço festa,
Mas dormir já não posso,
Só posso fazer seresta,
Á lua e aos cometas.
E quem sabe vislumbrar outros planetas...

Mas fechar os olhos,
Isso já não se pode,
Não é medo,
Já não é mais tão segredo...
A luz luminosa da luminária,
Vem coroar minha noite de sono tão precária.

Talvez,se,mas,
O meu pensamento é todo de hipótese,
Não tem fundo e nem razão de ser,
Porque sempre em noites insones resolve florescer...

E em uma explosão fluorescente,
Sinto o sono afastar-se indolente,
E subitamente,
Reina a bagunça em minha mente.

Aí começa a confusão,
A desordem sentimental,
E o não descanso de meu coração.

E no barulho infernal de meus pensamentos,
Tento reorganizá-los em bons momentos,
Mas a insônia feroz,
Só os transforma em tormentos.

Estou perdida,
Insone e aturdida,
Não é drama,
É um horror pasmado,
De um monstro insônia,
Que é como é chamado.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Dissertação sobre um sonho de menina.



Me perdi.
Me encontrei.
Nos mais lindos sonhos eu naveguei...
Sonho,mas não acontece,
Acho que sonho só se faz verdade para quem merece...
Minha alma padece.

E eu só penso em ver você,
Ó paisagem que os meus olhos impossibilitados tem sede de voltar a ver...
Mas ainda bem que Deus me abençoou,
Com a graça de ao menos em sonho tudo de novo viver...

Descrever aqui o meu amor não dá...
Deixo que o vento isso lhes comunicará...
A falta inerte que habita dentro de mim,
É tão grande,
Que mais que meu sorriso é relevante...
Mas ainda assim...
Vou avante...

Sou obrigada,
Depois que eu desperto,
Á não lembrar mais de nada...
Para não sofrer mais...
Para não me sentir como um barco longe do cais...

Meu sonho é um sonho,
Meu conforto,
Desse caminho torto,
É tudo o que eu quero,
Quando durmo,
Eu espero...

Sonhar com o que eu amo,
Se o sonho não vier eu o chamo...
Por uns momentos de felicidade,
No sonho eu clamo.

Esse meu sonho não é normal,comum...
Igual é ele,
Para mim não há nenhum...

Mesmo sendo assim surreal,incomum,
Este sonho desperta o meu melhor...
E todo ele eu sei de cor...
Mas não me enjoo de sonhar,
Um lindo sonho de se recordar.

É como um cristal,
Puro,delicado,mas muito belo...
É o meu de fantasias castelo...
É o meu repouso total,
É a morte da tristeza fatal...

O meu alento,
O meu caminho mais lento,
Para uma realidade atroz,
Matando assim a minha saudade feroz.

Caro leitor,
Se achares tudo muito bobo,
Na certa é porque nunca sonhou um sonho lindo,
Todo mimoso,
Deveras formoso,
Todo cheio de meiguice,
Anseio antigo da meninice...

Se eu pudesse deixar toda sua beleza transparecer,
Na certa você ia emudecer.
Pois esté sonho é formidável,o máximo de ser amável,
É lindo de morrer.

Para ser mais meigo,
Só lhe falta um laço de fita cor-de-rosa,
Ah...como eu fico saudosa...
É o meu céu de brigadeiro,
É o meu doce paradeiro...

Perdão,
Se o evoco aqui em demasia,
Mas é que se eu dele não falo,
Minha alma fica fria...

Meu sonho na vida e na morte,
Meu amuleto da sorte...
Se nunca for se realizar...
Por favor nunca vá me abandonar...
Só me deixe então lhe sonhar...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meu futuro...

Se eu pudesse ao menos te ver de relance,
Saber mais sobre você,
Saber porque me faz chorar ás vezes...
Ah!Como eu queria,
Mas isso eu jamais poderia,
Todos de mim zombariam,
E os meus sonhos então morreriam...

Você é uma nuvem na minha vida,
Vida tão querida...
Por mais que eu tente alcançar você,
Você sempre foge,
Some assim do nada,
E eu fico aqui no nada,apavorada.


Mas apesar disso tudo,
Não deixo meu coração ficar mudo...
E ainda confio muito em você,
Mesmo não te conhecendo,
Eu vou crescendo,
E levando você sempre comigo...

Não te conhecer é um castigo,
É caminhar sozinha para a solidão,
Não sou somente eu,mas pensa assim toda a multidão.
Penso sempre em você,
Penso desde em que nasci,
De você eu nunca me esqueci...

Sempre me preocupo com você,
Mesmo sabendo,
Que você não sabe,
Antes de me deitar,
Eu só peço para Deus te guiar...

Porque você é uma parte de mim,
Que eu ainda não conheço,
É sim,
Sempre foi,
Desde o começo.

É estranho,
Você não me acompanha,
Mas eu te acompanho,
E te sigo e você não...
Que dor no coração...

Você representa tudo,
É a minha esperança,
Que eu tenho desde bem criança...

Você é a luz da minha escuridão,
E talvez alguma outra comparação...
Eu não digo mais,
Porque eu não sei mais sobre você...

Tudo o que sei sobre você,
É tudo intuição,
Até parece que já estava escrito no meu coração...
Mas não...

Comento muito sobre você,
Falo demais em você,
Que tenho até medo de você...

Ás vezes,você me causa medo mesmo,
Não sei bem o porque,
Mas é um medo bom...
Eu gostaria de ter o dom,
De ver você quando eu quisesse...
Ah,se eu pudesse...

Eu torço por você,
A cada instante em que respiro,
Mas depois,pensativa,
Eu logo suspiro.

A minha ligação com você,
É tamanha,
Que ninguém supõe...


Alguns de mim zombam,
Dizem:
Que bobagem,que asneira.
Mas eu não deixo de pensar em você
Desde que ouvi seu nome da vez primeira...

Aliás,
O meu laço com você,
É invisível,
Mas bem visível nestas linhas,
E que não achem que falo eu abobrinhas...

Você é a base de tudo o que ainda virá,
Seja o que será,
Mas tenho a certeza que a minha vida inteira você estará,
E isso ninguém atrapalhará...

Para quem ficou curioso e até nervoso,
Querendo saber de quem se trata o "você" da poesia,
Eu,com maestria respondo:

FUTURO!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Solidade (Junção de solidão com saudade)




Porque eu não consigo esquecer?
Tudo aquilo que eu não pude viver?
Porque a dor vem poisar em meu coração?
Porque eu ainda faço em prol do meu sonho extensa oração?

Meus olhos se tornaram um reflexo seu,
Sonho meu.
Ainda que eu viva cem anos,
Não vou desfazer jamais os meus infantis planos,
De revê-lo...

Entre versos bobos,
E citações nécias,
Eu rabisco em meu caderno,
Um esboço da dor,
Um esboço de um carinho eterno.

O barulho das horas passando,
Indicam que minha vida está passando,
E o meu sonho estou adiando...
Ah,eu chego a odiar,
De tanto que eu quero essa quimera realizar...

Durmo,
Acordo,
Discordo.
Folheio um livro qualquer,
Mas o pensamento prender-se ali não quer...
Ouço uma canção,
Caio no choro,
Descompassa o coração,
Saudade,minha pior aflição.

Olho para as fotografias com extremada afeição,
E cada vez mais sinto pesar em meus pés o grilhão...
Mas vem a brisa,
E suaviza,
Minha saudade,
Minha tolice,
Eu morro por alguns instantes,
Ao lembrar do antes,de um pretérito bem mais que perfeito...

Mas meu defeito é sonhar,
Então em areias brancas me ponho inerte á caminhar,
Sem ter para onde rumar...
E se eu pudesse correr,
E se eu pudesse remar?

Nada vai adiantar,
Nada vai tirar desta alma,
Toda essa calma,
Que a solidão pode dar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Crítica feroz á hipocrisia

Portas,janelas,espelhos e armários,
São todos hipócritas,
Se fazem de mudos e de criados,
Mas na verdade neles todos os nossos segredos estão gravados.
Afinal,quantas vezes já nos viram chorar...
E então toda serena entreaberta a janela,
Nem se deu conta de que alguém queria jogar-se dela...

Quase tudo é hipócrita,
Menos o pensamento,
Este sim,no pensado momento,
Se abstem de conceitos lorpas e imbecis,
E não pinta paredes cinzentas com lindos tons de azuis-anis...

Ah!0 fim da hipocrisia é tudo o que eu sempre quis...
O fim dum demente controlador da mente e juiz,
O início de todos deixarem entrever á sua raiz...

O fim da gentileza forçada,
Do amar obrigada,
Do aturar além do limites...
O início da veracidade da mentira...

Chega,ora pois,
De por o carro na frente dos bois,
E deixar de dizer o que pensa para depois...
Pois o depois é aliado da hipocrisia,
Que para surgir não escolhe hora e nem dia...

Critico e brado,
Com muito e pesaroso enfado,
A burguesa hipocrisia,
A doçura doentia,
A falsidade que envenena,
A vingança da mais plena.

Sentimento que subjuga,
Zomba e á todos enganar julga,
Horror humano,
Que permanece entra ano e sai ano.
Ah,mas que sentimento mais profano...


Não me calo e não me calo,
Não quero que a verdade se escoe pelo ralo...
Que venham cavalos e armaduras,
Pois a verdade aqui é dura,
E não me venham com torrões de açúcar envenenados,
Pois se eu morrer com a hipocrisia vocês serão os culpados.

Se te amo,sempre te amarei,
Mas se te odeio,isso eu sempre lhe falarei,
Pois se isso ocultarei,
Serei desta horda de malfeitores,
Que só nos causam dores...

Bandidagem mascarada,
Que não tem boca para nada,
No altar se põem,
A mesa servem uma verdade crua,
Que até hoje não digeri...
Disto não se ri...

Critico aqui indignada,
Um caminho que não leva á nada,
Pura asneira e galhofada,
E convenhamos todos,
Quem´se vale da hipocrisia,
Está fazendo imensa palhaçada.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010



Eu sofro.
Sofro sozinha,
Sofro de saudade,
Não tenho identidade,
Quem sabe eu mude de cidade,
De país,
Ou quem sabe,de mundo...

Por um segundo,
Cai a conexão,
Entre mim e meu coração...
As fotografias só vem dizer,
Que do passado eu não posso mais viver...

Entre letras e clipes de músicas antigas,
Eu lembro de pessoas mui queridas,
De minhas várias vidas,
Dos meus vários eus,
Me dê uma luz meu Deus!

E se eu chorasse,
E se eu andasse,
Mas é tudo em vão,
Quem controla este louco coração....

A saudade é pauta,
É todo meu sentimento,
Que nunca cairá,
No podre esquecimento.

No livros em que eu leio,
Nas músicas em que ouço,
As lágrimas lavam meu rosto,
Levam o desgosto,
De ter a distância,
A inconstância,
A dor.

Eu não me lembro direito do que eu gostaria,
Mas eu tento todo o dia,
Dói demais ter saudade,
E nem me recordar,
Do que um dia eu pude muito amar.

A hora no relógio,
Me lembra.
O papel de meus cadernos,
Me lembra.
Tudo me conduz,
Á essa saudade feroz,
Que é pedra e não reluz,
Apaga a minha luz.

A chuva na janela,
As estrelas no céu,
São caminhos,
Curtinhos,
Mas que me ligam de volta ao meu sonho de um dia de perto te ver.

E se demorar?
E se eu chamar?
E ninguém responder?
O que é que eu pobre sonhadora irei fazer?

Escrever já não dá mais,
A dor transborda,
O meu eu não acorda...
Tanta saudade...
O dobro da minha idade,
Meu sonho é realidade?
Não.
É irreal,mentiroso,
Misterioso?
Nem tanto.

E com saudade,
Muita saudade,
Eu canto em um canto,
Na poeira da distância,
Recordando até a infância.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quebra-cabeça.



Desperto.
o meu eu está esperto.
É alta madrugada,
E eu não penso mais em nada,
Que não seja entender um sentido para as coisas...

Para mim a vida não tem cabeça e nem pé,
Eu não aceito tudo como é,
Eu sei quem sou e não sei,
Eu amo muito a vida como nunca antes amei...

Mas meu cérebro é inquieto,
Não para quieto,
Sempre em busca de respostas,
Porém,meu eu não quer e nem deve levar o mundo nas costas...


Minha idiossincrasia,
Construiu-se em anos,
E desmoronou-se em um dia...
Eu sou curiosa,
De saber até onde vem o perfume da rosa...

Agito,desmonto e conserto,
Minha vida do jeito que eu achar correto,
Meu caminho é bem direto,
Direto para um futuro cheio de respostas.

Mas,e se até lá,
Mudarem todas as perguntas,
Eu ficarei perdida?
Aturdida?
Não sei,
Talvez tudo eu recomeçarei...

Bobagens á parte,
Questionar para mim é uma arte,
Que não merece sofrer um descarte.
Perguntar na vida é normal,
É construtivo,
É um ato racional,
E faz parte
É algo teatral...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Poema desconexo....





Não,não,vejo razão em ser sempre coerente,
As certezas do mundo me deixam doente,
A coerência excessiva beira demência,
Ora,tenha paciência...

Eu me dou ao direito da contradição,
Pois por vezes deixo vir á tona,
A sublime voz do meu coração.

Falar com conexão,
Mas sem verdade,
Nos afasta de tão bela dimensão,
O perdão...

Feche os olhos,
Não minta para você,
Não deixe a mesquinhez das verdades frias,
Lhe por em questão,
E apresentar o caminho da escuridão...

Deixe de lado a preocupação,
Pois ela é literalmente,
Nada mais que uma pré-ocupação,
Um pensamento infundado,
Que acaba por te deixar afundado...

Não queira nunca preocupar-se com o que não aconteceu,
Afinal o hoje a gente vive e o passado já morreu...
Aprenda que o medo não é sinal de covardia,
E sim prova leal de valentia,
Pois quem sente medo e vai a luta,
Sempre vence no final.

Proponha-se a mudar de opinião,
Á convencer a multidão,
De sair da convenção,
De ser mais você...

Se você sonha,
Boa sorte,
Comprometa-se com ele até a hora de sua morte...
E não deixe a porta da saída aberta,
Para que os seus sonhos não escapem...

Aprenda que começar todos os dias da mesma maneira não é rotina,
É uma responsabilidade,
Porque inconsequencia,
Não é boa ciência.
Fale com nexo ou seja desconexo,
Em resumo faça da sua vida uma ótima experiência,
Com ou sem coerência...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Palavras pequenas...





Em um emaranhado de emoções,
Transbordam de alguns poucos corações,
Palavras pequenas,serenas,seguras de si,
Que tem por missão abrandar,fazer sorrir e assegurar a felicidade por aqui.

Como aves esvoaçantes,
Voam como antes,
Em um céu de alegria,beleza e esplendor,
Essas palavras pequenas,
Da alma arrancam toda a dor.


Se tens sorte ou azar,
Uma hora há de as encontrar,
Em uma rosa perfumada,
Ou no simples silêncio do nada...

Formadas de pequenas letras e sílabas,
Vão correndo mudar destinos,
Elas são pois,
Tontas de desatinos.

Entre redemoinhos depressivos,
E olhares opressivos,
Estas pequenas palavras,
Renovam a vida,
Nos fazem sentir o sabor de viver,
Fazendo assim desaparecer,
A sombra da morte,
Independente de sorte.

Elas são uma nau,
No mar de lágrimas dos olhos,
São lotada embarcação,
Para o rumo feliz da nação...

Oh,estas pequenas palavras não possuem tradução,
Mas tampouco são invenção,
São manifestações das mais puras,
Da verdade e do perdão.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A rua das lembranças






Inventei uma rua não sei onde,
Em que todos suspiram de saudade,
Essa rua,se encontra em ilusória cidade...

Até o céu chora,
E sem demora,
Suas lágrimas vem nos umedecer,
Estas lágrimas que estão a descer,
São comumente conhecidas como chuva.

O povo desta rua é simplório,
Mas não inglório,
É surreal,
Mas não irreal,
São saudosos,
Mas não museus,
E cada um tem os sentimentos seus.

Nas vitrines de suas lojas,
Estão expostos pensamentos,
Pensamentos que despertam os mais profundos sentimentos,
Nos trazem a lembrança de variados momentos...
Tantos que até acabam por nos trazer tormentos...

As carroças que por lá passam,
Trazem um pedacinho,
Do carinho de cada um,
Suas vivências,experiências,
Amores e inimizades,
Sorrisos puros e saudades...

Olhares voam em forma de vento,
E vêm esbarrar na torre do pensamento,
As pessoas á cada passo que andam,
Sabem que não poderão regressar,
Ao passado que acabou de chegar...

A rua é toda pavimentada de saudade,
As casas são erguidas com passado,
O comércio movimenta-se por um povo acanhado,
Lá as pessoas ingerem a vontade,
De ter feito o que não puderam fazer,
Lá ninguém pode morrer,
Sem antes as suas doces lembranças recorrer.

A rua das lembranças,
Tem o doce sabor,
Do primeiro doce que comemos quando éramos crianças,
A rua das lembranças,
É só minha,de minh'alma,
Mas com muita calma,
Vos convido a conhecê-la,
Por meio desta poesia e verso,
Estrofes de saudade,
Leia independentemente de sua idade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Retórica para ser feliz...




Meus amigos,
Tão queridos,
Sejamos nós todos da tristeza desprovidos,
Por quê?
Ainda que o mundo teime em ser mau,
E o mar bravio,
Nos protegemos com forte nau...

Se reclamamos de algo,
É porque aquilo deveras amamos,
E devemos querer o seu melhor...
Ó gentes queridas!
Sejamos pessoas todas aguerridas,
Que transpiram vontade de viver,
E de um novo mundo fazer...

Porque todos vamos morrer,
E ser feliz retarda a morte,
Ser feliz é um ato de sorte...

Valho-me desta retórica simplória,
Mas carregada de glória,
Glória de ser lida e relida,
Nas agruras e nas festividades da vida...

Ser feliz é o que há,
E devemos o ser já,
Por que amanhã é tarde,
E a tarde não espera,
E a esperança ruma para longe,
E ai somos obrigados a dar início a uma nova era...

Não deixemos flores secarem com nossos travores e amargores,
Que possamos,fazê-las brotarem com a alegria de nossos amores,
Ah,vamos esqueça suas dores...
A vida é curta,
O tempo é feroz,
E intolerante com sentimento atroz...

A culpa é faca de dois gumes,
De um lado existe a motivação para não mais errar,
E do outro a privação de nunca mais tentar...
Não faça de sua existência,
Uma casual do destino coincidência...

Faça a vida a pena valer,
Não espere morrer,
Para saber o quanto a vida vale...
Pois o hoje é o nosso maior presente,
E quem vos fala não mente...
Valorizais o de hoje poente...

Ah,deves pensar...
Que retórica enfadonha...
E eu vos digo,
Pois é esta que tenta alegrar
Essa vossa vida tristonha...

Se escrevo é porque vivo,
Se choro é porque vivo,
Se machuco-me é porque estou vivo,
Se vejo sangue brotar do corte,
É porque tenho vida e sorte...

No nosso caminho,
Riremos todos do escarninho,
Seremos lépidos e fagueiros,
Seres faceiros,
Que se valem da felicidade,
P'ra dar á vida mais qualidade...

Pois a vida,
Com a felicidade colorida,
É melhor de ser vivida,
Vamos...
Adicione cor aos seus olhos,
Ao seu coração,
Derrube suas fortalezas,
E perceba a vida e suas inúmeras belezas...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Reflexo no espelho de alguém que nunca existiu

Parei para contemplar meu espelho atentamente,
Descobri que ele mo mente,
Descaradamente...
Da pessoa trajada mais alinhadamente,
Ele,astuto faz parecer o maior dos dementes...

Mas,
Lá ao fundo vi uma pessoa que nunca antes eu vira,
Aquela pessoa tristonha,enfadonha,
Querendo descanso,
Um de paz remanso,
Transbordando pelos meus olhos,
Esta pessoa vem mo falar,
Por meio da água,
O quanto é difícil calar.

Eu então neste solilóquio desenfreado,
Faço meu eu ficar bem preocupado,
Com tanta asneira pessoal e bobice,
Parece até mal da meninice...
Qual nada,
Era problema mesmo da estrada,
Estrada que esse ser submerso no meu âmago percorria,
Contou-me que dos maldizeres só corria,
E dos problemas sorria...

Mas havia cansado,
Queria ser mais explicado,
Mas nesta hora vi,
No espelho um reflexo de alguém que nunca existiu,
O meu eu superficial,
Todo cheio de peculiaridades,
E tantas outras intelectualistas asnidades...

E na escuridão da menina dos meus olhos,
Vi refletido ali meu próprio coração,
A prece,a oração,
A libertação,
O dia da quebra do grilhão...

O meu eu ali estava,
Eu gritava,
Eu falava,
Os meus ''eus'' se entendiam,
Em um pé de guerra eu me encontrava...

Mas o ser enfadonho venceu,
Dizendo que queria a sua vez,
A sua voz,
A voz da expressão,
De todo o coração...
E não queria mais ficar com pesada emoção...


Então resolvi dar adeus ao ''modelo'',
A figura ''que eu deveria seguir'',
O ''exemplo'',
A ''uniformidade''
E então veio a comoção,
Neste dia em diante,
O que eu deixei de seguir...
Foi meu coração...
Dura lição...

sábado, 15 de maio de 2010

O que será a vida?



O que será a vida?
Será uma centelha de luz?
Será solene explosão?
Ou seria somente um pulsar de coração?

Será a vida sopro de vento,
Ou brisa leve de momento,
Seria demasiada calmaria,
Ou puro tormento?

A vida é um mistério,
Indecifrável.
Indefinível.
E sua voz é inaudível,
Aos ouvidos dos sem vida,
Oh!Amada e querida!

Vida será viver parado esperando a morte,
Ou correr em busca da sorte?
Será nascer e crescer,
Ou ter certeza de que um dia irá morrer?

Questões rondam minha mente,
A vida é caminho retilíneo,
Ou via expressa demente?
A vida é ser feliz?
Ou lhe sentir o ar passando pelo nariz?

De nada sei,de nada tenho certeza,
Mas reconheço,
Sua infindável beleza...
Vida...
Obra de arte perfeita da natureza...

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe é...





Mãe é aquele ser incansável,
Que com rigidez sabe ser muito amável,
É aquele ser que chora,
Que mesmo cansada nunca perde a hora...
Nunca vai embora...

Mãe é tudo,
Mesmo que mudo,
Minha mãe sabe o que tenho,
Minha mãe sabe,
Sabe das estrelas,mares e oceanos,
Sabe tudo o que me houve no passar dos anos,
Sabe dar conselho,
Sabe ensinar á viver...
Ela é aquela que me viu crescer...
Mãe!Eu jamais vou te esquecer...

Morando aqui no lado esquerdo de mim,
Para os teus ensinamentos eu dou o meu sim,
Mãe:
Que eu possa seguir os teus caminhos,
Até da minha estrada o fim...
Mãe:
Tu vales mais que doirados anéis,prata e marfim,
Em resumo,meu amor é bem grande assim...

E neste dia de alegria,
Quero agora aqui te exaltar,
E dizer,
Mãezinha querida,
Para sempre vou te amar,
Minha vida o quanto dure,
Passe o tempo que passar!

sábado, 1 de maio de 2010

Galopando no vento...




Entre as asas de um pégasus,
Voo e retomo toda a teoria de Platão,Aristóteles e Demétrius,
Leio e releio,
E deixo o tempo de escanteio,
Galopo no vento,
Quebrando as partículas do monótono momento,
Despertando para o novo,
No puro estilo ab ovo.

Galopando no vento,no ar,
Vejo o céu com seu azul refletido no mar,
Vejo uma estrela no céu pairar,
E vejo também toda a estrada á trilhar...

O vento agita meus cabelos,
Com a maior solenidade,
Tanta que até esqueço de minha pouca idade...
Mas quando se galopa no vento,
Se esquece todo tipo de tormento,
E se vislumbra o futuro com amor,
Amor esse que se sobrepuja á ferrenha dor...

Chega a hora de poisar,
E não sei onde aterrisar,
Esse pégasus alado que só sabe sonhar...
Ora,veja,encontrei um lugar,
Meu coração,
Que galopando no vento,
Desse sonho acaba de acordar...

sábado, 27 de março de 2010

Depois que a chuva passa...




Depois que a chuva passa,
Lavando e carregando,
A tristeza...
Tudo se transforma na mais divina beleza...
Depois que a chuva passa,
É tudo ilusão,
É tudo sereno,
Coisas de coração...

Antes de sua chegada,
Se pode ver a nuvem enamorada,
O trovão eletrificado,
E com um quê de rejeitado...
Quando por fim os pingos caem,
São lágrimas das nuvens que saem,
De emoção,
Contentamento,
De para a Terra dar sustento...

Mas depois que ela se vai,
Só resta o aroma,
A memória olfativa,
Dessa forma de cair água tão criativa...
As gramíneas esverdeiam-se,
Os insetos pavoneiam-se,
E o povo se envaidece,
Por ver a linda plantação que cresce...

Depois que a chuva passa,
Tudo passa,
A semente germina,
O bolo assa,
A vida continua,
Mas mais fresca e com fulgor,
Pois a chuva com seu cheiro acre,
Revela o puro amor...

Depois que a chuva passa,
Tudo clareia,
A tristeza com a alegria permeia,
O dia mais leve segue,
E então a vida fluindo como um rio prossegue...

sábado, 6 de março de 2010

Uma poesia visual com ''antônimos''

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______tristezatriste_______tristezatristeza
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Cântico ao mundo

I

Ó grande porção de massa suspensa no ar,
Carregas pessoas que te odeiam e também as que sabem amar,
Tem em demasia terra e mar,
E muitas casas para todas gentes morar...
De criação indefinida,
Tens o dom de abrigar em ti bilhões de vidas,
Terra minha,nossa,
Por todos és estimada e querida...
Muitas vezes lembro de ter chorado,
Sem ter pensado,
Se deveria ter chegado neste mundo...
Mas idéia essa desfaço em um segundo...

II

Vamos agora louvar,
O nosso mais belo terrestre altar,
O lugar em que todos podemos morar,
O mundo,planeta terra,
Todos vamos aclamar...

III

Nos dá o pão,
Nos dá a semente,
Quem fala não mente,
Daqui tudo se tira,
Tudo se faz bom...
É certo que tem coisas que nos cortam o coração,
Como a miséria,as doenças,e as guerras de balas e canhão...

IV

Enfim,aos céus só agradeço,
Por que acho que mereço,
Viver neste planeta de homens lunáticos,
E de outros tontos apáticos,
Mas convenhamos,
Quando querem,
São todos simpáticos...
Agradeço por tudo que nosso planeta tem,
E que sem os devidos cuidados ficaríamos sem,
Mas apesar de tudo,
Desses homens lunáticos,
Das máquinas e fábricas,
Tudo bem.

Um sopro de recordação.




Há dias em que a brisa não é somente brisa,
É um sopro de recordação,
Chave do coração...
Trazendo consigo aromas,canções e até mesmo outros corações...
Distantes amigas e suas cantigas,
Paisagem sublime e sua distância,
Bricadeiras felizes da infância...

Parece que a brisa inunda o coração com sua saudosa maré,
O que nos faz ter fé,
Que éramos felizes e não sabíamos...
Tanto ela inunda nosso coração
E é tanta água,
Que cai pelos olhos,
Fazendo assim,
Nostálgica inundação...

Um sopro de recordação,
Tocando na alma,
Afastando a poeira,
E como se fosse vez primeira,
Tudo de novo nos faz reviver,
Mas quando isso acaba,
E vem novamente o presente,
Nos chicotear de preocupação,
Aí é que dói o saudoso coração...

Esmorecer jamais,
Recordar sempre,
Levarei sempre meu barco ao cais,
Onde tudo começou...
Quem nunca teve passado é porque nunca sonhou...

Eu sonhei,
Eu chorei,
Mas acima de tudo recordei,
Memórias branco e preto,
Memórias que tem memórias,
Que carregam histórias...

Tudo isso por um divino sopro de recordação,
Quando poisei junto á janela,
E o vento noturno bateu em mim,
Senti ser alado e voar meu coração,
Sim!
Senti o passado voltar em mim,
Senti a alegria e a tristeza,
Vi toda a sua feiúra e beleza...

Senti doirada fada,
Conduzir-me até o país do ''ontem'',
E lá vivi e sorri...
Mo senti bem como nunca me senti...
Mas o relógio me atraiu para o hoje,
Para o presente,
E fiquei consciente mas contente,
De ver que nada foi em vão,
Que alegrei meu coração...

Mas que a vida sendo um trem,
E o passado sendo um vagão,
Este já passou,
Mas o que importa é o que ele deixou...

Um simples sopro de brisa,
Alegrou meu coração...
Libertou do grilhão..
Um simples sopro de recordação...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Encantoando Sentimentos...


















Há dias em que me basta uma folha olhar,
Para no mundo aquoso das lágrimas entrar...
Mas há também dias gélidos e perdidos,
Que aturdidos,
Os sentimentos recluem-se,ensimesmam-se,
Trancafiam-se na cela mais segura,
Meu coração,
Não digo que não...

E em meu rosto pálido,
Vejo sentimentos,
Coisas de momentos,
Encantoados,
Isolados de mim,
Com seus propósitos,anseios,ideais,
E nada mais...

Por vezes doí essa feroz reclusão,
Essa sentença...
Que esses sentimentos algozes deram á meu coração...
Expressar,pensar,os matar...
O que fazer?
Se nada mais se pode dizer...

E neste verso recitativo,
O meu eu fica pensativo,
Cogitando,
Argumentando,
E pensando...
Se realmente vale á pena,
Encantoar meus sentimentos,
Já que minh'alma não é pequena...

Bem sei eu que o passado já passou,
Mas ele foi e marcas deixou...
Deixou sentimentos tão ou mais espinhosos do que fresca rosa,
O qual mo trouxe a rebordosa...

Encantoar sentimentos,
Não mais o posso,
Porque isto me trás tormentos,
Remete-me á maus momentos...
Por isso quero é que voem,
Embarquem na nau,
E que esta leve o que me causaram todo mal...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Poeira de estrelas... (Homenagem ao fim de Hollywood)












Onde antes um vermelho tapete era estendido,
E o simples era aplaudido,
Hoje cede lugar á um mundo não compreendido...
O ator que antes era galã,
Hoje é um qualquer aturdido...

A das bilheterias atribulação,
É coisa que faz ter saudade o coração...
As noites de gala e de estreia,
Nos faz ter a mais perfeita ideia,
Dos anos doirados do cinema falado ou mudo,
E nos faz querer reviver novamente tudo...

A orquestra imponente,
Deu lugar ao som gravado,
E isto foi o que iniciou a era do cinema falado...
Após isto,
Muita cousa boa veio,
Depois só piorou,
Quando a tal da tecnologia chegou...

Caro(a)leitor(a),
Isto não é saudosismo barato,
É o do cinema ultimato...
Onde antes reinavam reais cenários,
Hoje imperam efeitos e mais efeitos sem gosto algum,
Porque a realidade hoje,
E é verdade,
Não se retrata mais em filme algum...

Digo isto e com pesar,
A situação do cinema hoje nos faz pensar...
Onde está tudo que meus olhos viram,
Cadê a graça de Hollywood,
Cadê que meus olhos não a veem,
Tenho certeza...
Sumiram...

Hoje só restam memórias,lembranças,
E talvez esperanças...
Que retorne,que regresse,que volte,
Aquele cinema verdadeiro,
Como o filme primeiro,
Que tenha história,
Bem como seus atores,
Que hoje nada mais são,
Do que um poço de suas dores...

Hoje só restou poeira de estrelas,
Poeira essa que não nos deixa esquecer,
Aquele cinema que veio á morrer,
E que todos nós gostávamos de ver...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Que a força do medo que tenho...




Que a força do medo que tenho,
Não me impeça de ser feliz,
Que me faça mais forte e guerreira,
Não é vez primeira,
Que transformo bala de canhão em flor,
Tudo isso é questão,
De saber ver por onde se esconde o amor,
E quebrar o pesado grilhão...

Que meu coração,
Não se transforme apenas em um pedaço de matéria que pulsa,
Pulsa com razão ou não...
Que eu possa não ter nada,
Nada que mo faça sofrer,
E caminhar quero pela rupestre estrada,
Olhando para trás,
E da felicidade ser um ás...

Que a força do medo que tenho,
Só me faça mais forte,
Tão ou mais do que a temida morte...
Que eu aprenda a viver e a conviver,
Ver e encarar tudo aquilo que antes,
Eu me recusava á ver...

Que nada me faça desistir,
Daquilo que minha vida inteira eu quis,
E isto buscar quero ir...
Somente desejo que a força do medo que tenho,
Invés de me fazer chorar,
Que me faça rir...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ontem,eu chorei...

Ontem eu chorei...
Dos velhos tempos doudos e tontos recordei,
Vi a leve folha cair ao chão,
Mas somada com o peso de minhas lágrimas,
Parecia que ali explodia trágico rojão...

Ontem,eu chorei...
Sem motivo,
Sem razão...
Apenas por dar ouvidos as vozes falazes de meu coração,
Por pensar demais,
Ser demais...

Porque tudo na vida é lembrança,
E tudo faz parte de minha andança,
Como não lembrar?
Como não recordar?
Como não sofrer?

E em um jogo de regras heteronormativo,
Encontro o meu eu pensativo...
Meu coração é um diamante que deveras precisa ser galdido,
Caso o contrário,
Será mais que aturdido...

Mas...
Ontem,eu chorei,
Não chorei porque pensei,
Chorei porque cansei...
Cansei desse mar de nada,
Dessa estrada de tédio,
E que não há um só remédio,
Para esta vida acogulada,
Como supradito,
De um monte de nada...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

eaux dernières... (águas passadas)




Mes eaux dernières,
Coração!Porque revivê-las queres,
Que infelicidade e amargor te apanha,
Que teia teceu a da solidão aranha?

Para que querer reter águas que já vieram,
Que tão cristalinas eram...
E hoje só carregam o peso de memórias mudas,
Memórias caducas,
Malucas...

Deixemo-as levar o passado,
E o dar por encerrado...
Mes eaux dernières,
Você!Porque revivê-las queres?
Vamos deixar de lado,
Este teorema ab absurdo,
E ouvir o barulho surdo,
Das novas águas que vem,
Com saudosismos sem...

Mas ab aeterno,
Será este meu sentimento terno,
Pelo passado extremado,
Morto e bem enterrado...

Vamos deixar de ver o passado pelos olhos falazes da fantasia,
E com supremacia viver o presente,
Deixemos de lado as geladas importunações,
Essas que tanto ferem nossos corações...

Eaux dernières...
Eu não as quero viver...
Quero a alma livre ter...
E tu por que com tantos argumentos ferozes contra ainda queres?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Medo do futuro...

Entre amanhã e em diante,
Existe algo que para mim é apavorante,
O futuro...
Meu presente ainda imaturo...

Penso que o futuro é aquilo que nunca irei conhecer,
Mas suas consequências modernas,
Ah!Essas eu hei de sofrer...

O futuro é nuvem carregada,
Pronta para sob minha cabeça,
Chover um monte de nada...

O futuro é incerta corredeira,
Que te faz vez derradeira,
Ver o passado ilustre,
Morte gasosa...
É o intervalo onde nasce,cresce e morre uma rosa...


Medo tenho eu,
Não sei onde estarei,
Mas lá na frente esta história contarei...
Não me apavorei,
Em saber vez primeira que o tempo passa,
Que tudo se moderniza e perde a graça...

Mas triste,
Ah!Isso fiquei,
Pois pensar que o mundo fosse virar mecânico e automático,
Isso jamais pensei...

E...
Medo do futuro,
Ah!Isso sempre terei...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Entre bosques e arabescos






Enveredo-me por um bosque fascinante,
Com suas folhas todas trabalhadas,
Parece que nos exerce um olhar brilhante,
E nas folhas tão conhecidas,
Existem arabesques,
Traçados tão rebuscados da vida...

Penso em sombra,
Uma árvore mo dá,
Vejo tantas com seus enormes braços de madeira apontando para lá e para cá,
Caio na indecisão...
No bosque o silêncio é tanto que até escuto,
O bater de meu coração...

E maravilho-me,
Com os detalhes minuciosos da natureza,
Enveredo-me pela ala de velhos carvalhos,
Céus!Como são atenciosos com os passarinhos que ali poisam,
Natureza de esplendorosa beleza,
E com toda a certeza,
Afirmo com toda a clareza,
Que amo esta pátria natureza...

Ainda que seja rude e apagada,
Serei eu á natureza dos arabescos sempre apegada,
Porque cada detalhe,
Deus que me valhe!
É pedaço de mim,
Sim!
Estes arabescos todos da natureza,
Ah!Um dia eu os traduzo
Em um sonho pintado com toda clareza,
Assinados por final com a minha certeza...
Entre bosques e arabescos,
Desperto-me os sentimentos mais pitorescos...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Não obstante de tudo fui deveras feliz...

Entre retratos cobertos de poeira,
E papeizinhos escritos asneira,
Sento-me da janela soleira,
E por vez primeira,
Reflito...
Admito e não omito,
Que não obstante de tudo fui deveras feliz...

Em tudo via graça,
Desde a borboleta poisada na praça,
Até as águas de rios gorgolejantes,
Que as de hoje não são tão belas quanto antes...

Á correr,
Sentia mais rapidamente e felizmente a hora de morrer,
Entre feridas e raspões,
E amaros corações,
Não obstante de tudo fui deveras feliz...

Inda ontem lamentava-me,
Cacos de dor,
O coração cortava-me,
Mas hoje,
Reina aqui o amor...

Ver hoje o sol,
É claro,
Não tem mais tanta graça do que ver,
Aquele teatral arrebol,
Que mo fazia refletir o que eu queria ser...

Mas não obstante de tudo fui deveras feliz,
A alegria do amargor era o algoz,
Apesar de hoje reinar o sentimento atroz...
A alegria era assaz companheira...
E hoje por vez primeira...
Na da janela soleira,
Reflito,
Admito e não omito,
Que meu passado foi mui bonito,
E não obstante fui deveras feliz...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Libreto de cantigas obsoletas

Possuo um libreto de cantigas antigas,
Escritas por amigos,amigas,
O qual não me canso de olhar,
E quando o olho,
Exerce o mesmo encantamento,
Que me exerce o mar...

Nele contém canção de toda espécie,
Das muito doces até as amaríssimas,
E pessoas caríssimas,
Este libreto,
Não é verde,amarelo e nem preto,
Tem cor de canção,
Canção do coração,
Tem notas e partituras,
Que das más idéias é tortura...

Mas,ora veja,
É poesia pura,
Apesar de ter em demasia partitura,
Nota e clave,
Dos meus sentimentos tem a chave...

Ainda que o tempo o desbote,
Em minha mente sempre habitará,
Os mais belos escritos do libreto velhote,
Que tempo nenhum apagará...

Libreto de cantigas obsoletas,
Cujas cantigas voam como e tão graciosamente como borboletas,
Ah,se o tempo voltasse,
E o ritmo da esperança retornasse,
Ah,que sonho...
Que quimera...
Mas não passa de minha imaginação mera...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Versões & Sequências...

Há muito o que se dizer,
Há muito o que falar,
Mas poucas,pouquíssimas são as formas do sentimento expressar,
Então aqui quero cantar...

Mas cantar com voz de vento,
Correndo a todo memento,
Ser nubiforme,
E conforme,
A chuva caísse ser,
E como um velho carvalho seco morrer...

Ter nas mãos a natureza,
Resplandecer em beleza,
Ser etérea,
Aérea...
Voar...

Beber o mar
Em grandes goles,
Sentir golfadas de ar,
Bagunçarem minh'alma,
E caminhar ao sabor do vento,do tempo,
Com a mais pura calma...

Quero eu,
Querer saber,
Querer ser,
Querer ter...
Ter o mundo e não ter nada,
Ver o sol rasgar o céu da madrugada,
Ver com um final feliz alguma história ser encerrada...

Colher algumas rosas ainda em seus botões,
E de emoção e alegria,
Chorar aos borbotões...
Rabiscar um esboço para a vida,
Vida que possa ser vivida...

Laboriosamente,
Descobrir a mente de quem mente,
Pacientemente,
Viver completamente...

Estas são versões e sequências,
De uma vida sem fim,
Vida de sonho,
Sonho sem consequência,
Versões de dois corações,
Dois corações meus...

Um meu e um de minh'alma,
Mas tenha calma,
São apenas versões e sequências,
Isentas de mentiras e delinquências,
São apenas...
Apenas doces demências...

O novo fabordão do coro dos aflitos








Entre um aflito coração,
E um só fabordão,
Os aflitos e desesperados,
Clamam,gritam e cantam,
Pelos dias nunca á eles chegados...

As notas musicais saem deste canto com uma liquidez tamanha e anormal,
Que parece ser sobrenatural,
As partituras parece que são caminhos á serem corajosamente desbravados,
E em bravatas os sons pedem para serem notoriamente notados...

E daqueles corações estafados,
Eis que surgem belos fados,
Canções quaisquer,
E como o destino quer,
Tormenta trazer,
Com o do canto poder,
Os aflitos e seus fabordões,
Afastam esta cousa de seus corações...

Em um misto de alegria e indecisão,
Um aflito e seu fabordão,
Rompe o pesado grilhão,
E vive nas nuvens desde então...

Sem maestro segue a orquestra,
Com a estrela guia da vida mestra,
Todos podem se orientar,
E seguir a vida cantando,
Sem medo de amar...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Solilóquio

Em algum canto,
Ouve-se um pranto,
Onde?
Lá onde o vento de esconde...
Causa não se sabe,se desconhece,
Mas o som ah,sim este se bem conhece...

Eu e eu,
Na mesma sintonia,
Será uma loucura,
Ou simples mania?

Solilóquio,
Monólogo,
Monotonia,
Vazia,
Fria...

Mas para onde é que eu ia?
Ia me perder na solidão,
Ia caminhar sozinha nos bosques de gelo,
E nas pradarias tão frias,
Ia ver coisas já tão sem graça,
Ia ver os pombos na praça.

O que quero eu?
Quero o infinito,
O impossível,
O ''implausível''
O surreal,
Nada de real,
Quero ser dona do sonho mais bonito.

Mergulhando,
Observando e analisando,
Vou cantando,
E com as gotas argênteas de chuva me molhando...
Querendo saber,
Querendo correr,
Dessa chuva,
Desse frio...

Assumo que não sei nada,
Mas então para que caminhar em tão douda estrada?
Por ser alienada,
Triste,feliz,
Apavorada...
E para que então olhar tão triste alvorada?
Para ver a vida,
Ver a brisa fugidia,
Olhar findar-se um lúgubre dia...

E assim vou findando minhas indagações,
E as respectivas respostas de dois corações,
O meu...
E o meu...
Cousas doudas,
Idiossincrasias de um perdido eu...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Requiem...

Hoje morre oficialmente,
Um pouco por dia,
Em uma realidade fria,
Uma alma inerte,
Quem conta não mente...

Requiem...
Sem saber á quem,
Flores de lágrimas jogadas,
Em uma vala sem fundo,
E não se sabe se ali começa ou se termina o mundo,
Em um cheiro acre,
A morte se anuncia,
Não importa se é noite ou se é dia...

E no arrebol avermelhado,
Vê-se um pedaço de chão orvalhado,
Ouve-se um som clangoroso,
Um verso choroso,
A morte caminha,
E não sabe escolher a quem...
E isto só fica pior com este meu requiem...


Em um rabisco arabesco,
Vejo um ar bem pitoresco,
O homem desenhou,
A morte pintou,
O homem viveu,
A morte finalizou...

Requiem...
Requiem,
A morte de quem nunca sonhou...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Quando a chuva cai...




Quando a chuva cai,
Cada gota soa para mim como nota musical,
Que sopra o vento e dissipa todo o mal,
Atordoa,
Não perdoa,
A volta de obsoletos sentimentos,
Me remete ás lágrimas dos tristes mementos...

Quando a chuva cai,
É feito,
É marco histórico,
É tesouro,
Quase oiro,
Poiso junto á janela,
Para esperar a volta dela,
A chuva...

A chuva molha o parreiral e a videira,
Molha também a uva derradeira,
E se for vez primeira,
Que a contempla com ares de melancolia,
Saiba que ela é bem mais que muita água fria...

Chuva é expressão,
É choro,pranto do céu,
É o desabamento de fel,
É a liquidez das estrelas,
É a dor do mundo,
Desaguando n'um segundo...

A chuva na janela,
Tão bela,
A chuva no chão,
Oh!Quanto dói o coração,
Nada mais,
A chuva e seus ais...

Quando molha a lente do óculo,
Quando molha o chapéu,
É benção do céu...
Rega a chuva,
A flor,
O botão,
Faz a simples notinha virar coro e fabordão,
E me desculpem o bordão,
A chuva lava a alma e o coração....

Lá onde o vento faz morada,
A chuva é sua eterna enamorada,
E em uma estranha combinação,
Os dois entram rasteiros e com ação,
Pela bucólica moldura de minha varanda,
Anda!
Anda!
Que vem chuva chegando,
Que vem a tormenta na vida entrando...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Inexpugnável...

Conheci fera,
Bela era,
Inexpugnável,
Porém muito amável,
E também afável...

Rajada,
Doirada,
A cor que fosse,
Em seu âmago ela tinha um quê doce,
Mas era invencível,
Imbatível,
Não era derrotável,
Tinha força de vencer,
Mas na hora de morrer,
In extremis,
Afasta!
Que criatura nefasta...

É criatura nefelibata,
Está no ceu com de anjo bata e harpa,
Mas também mefistofélica,
Arre!
Pode ser também bicho medrançoso,
Como também olhar esperançoso...

Maviosamente,
Mente,
Ou também pode lho dizer a verdade,
Isenta de asnidade...

Ao que me refiro,
Ora essa!
Refiro-me á um bicho complicado á beça,
O ser humano em geral,
Nada de excepcional...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um mundo onírico & diferente





Com um pouco de comicidade,
Vou aqui descrever ilusória cidade,
Um mundo,
Que se pode criar em um só segundo...

Nele tem muitas coisas bonitas com esplendor,
Não existe a temível dor,
Lá o amor é representado em forma de flor,
Todas as cores tem sua cor,
Cortando um rio de brilho e confiança a cidade,
Torna criança qualquer pessoa de qualquer idade...

Todos os sonhos tem a sua devida importância,
Lá pode se ver ainda que ao longe,
A da felicidade estância,
O céu não tem limite,
A arte é tudo,
E não tem quem não a imite...

As estrelas foram pintadas a mão,
E a força deste mundo é o sentimento de união,
As casas todas são providas de asas,
Para voar no mundo da imaginação...

Neste mundo o sonho é a ação,
E a felicidade a realização,
Pena que só existe em nossa mente e coração...

Alma imortal -SONETO-




Minh'alma voa pelo tempo,
E é imortal,
Tanto que quando isto digo,
Causo um espanto tal...

Minh'alma assobia algumas canções cansadas,
E observa correrem as estradas paradas,
Bebe da água mais transparente,
É livre de ter coração doente...

Nesta condição de imortalidade,
Com toda notoriedade,
Minh'alma silentemente fecha-se em sua mente..

Em pensamentos que voam,que vem,
Que não tem dono e não são de ninguém,
Minh'alma a qualidade de imortal tem...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cantando um enlevo...

Canto um enlevo,
Com tal alegria,
Como aqui a escrevo,
Penso...
E receosa,
Me atrevo á pintar uma rosa...

Olha!Olha o horizonte,
Que belo alvor dele desponta,
É tanta beleza que nem se dá conta...
Inda ontem cantarolava eu debaixo de uma clareira,
Hoje ''meio-amarga''canto em tom baixo frente á uma lareira,
Nela arde uma chama,
Que consome tudo o que se ama,
Os verões felizes,os dias inesquecíveis,
E lembro de dias não plausíveis...

Não é verossímel,
Nem tampouco real,
Mas o que descrevo aqui,
São coisas de um mundo anormal,
E cantar um enlevo,
Me consola,
Reanima,
E por gestos de pantomima,
Expresso minha tristeza,
Choro com pesar,
E reflito com aspereza...

Cantando um enlevo,
Uma canção,
Que é sopro de brisa,
No coração,
Canção que é desprovida,
De notas,clave e fabordão,
Mas é bem provida dos sentimentos da vida...

Meu enlevo,
Tem relevo,
Sob outras canções,
Destacando-se,
Por aliviar os corações...
E despertar as afeições...

No meio do mar,
Em pleno deserto,
Ainda se ouvirá meu enlevo,
Isto é certo!

Por fim,
Tenho que afirmar que digo sim,
Para o caminho longo e a estrada,
Que leva á tudo e leva á nada,
Cantando um enlevo,
Gritando em segredo,
E seguindo sem medo,
Com o enlevo..

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Visão Poética...




No passo da morte,
Ao passo da sorte,
Sempre terei esta visão,
Visão poética,
Que abranda e anima meu coração...

A poesia é Potestade,
Do meu reino á majestade,
Meus olhos em tudo veem poesia,
Desde o mais belo e delicado jasmim,
Cujo cheiro voa até mim,
Até a folha seca mais fria...

Até em uma tarde vazia,
Eu vejo a tal poesia,
Ela me acompanha,
E nas noites em que fuma-se o orvalho,
E nada parece fluir,
Vem a tal poesia fazer-me sorrir...

A poesia é como uma chama de vela,
Nunca se apagará,
Se formos junto dela,
Existe poesia,
Até na paisagem que ostenta uma simples janela...

Sem mais o que dizer,
Pois a poesia além de escrever e ler,
Se deve sentir,entender,envolver,
Poesia é a definição do que já muito vimos,
Ou do que nunca vamos ver..

sábado, 9 de janeiro de 2010

Telegrama da saudade

Quanto tempo já se vai,
Quanto tempo se passou,
Que a brisa daqueles velhos tempos já terminou,
Felicidade,
Outra idade,
As árvores farfalhando canções,
Gente de emoção,
Chorando aos borbotões...

Na janela,
Via brotar,
A flor mais bela,
Doirado era o sol,
E quão bonito o arrebol...
Ah!Outros ares,
Outros mares,
Liras e sonetos fugidios,
Pianos ecoando pelas salas,
O baile de máscaras,
Desfilando imponente pelas alas...

Na minha triste barquinha,
Passei a infância á adorar,
Esquálida e melancólica andorinha...
Inda lembro que a brisa foi-me tormento cruel,
No dia em que fiz mil pedidos ao céu...

Parece que o doce era mais doce,
Tudo era melhor,
Hoje tudo o que acontece,
Parece que a gente sabe de cor...

No telegrama da saudade,
Quero viver as antigas emoções,
Retornar á ouvir as obsoletas canções,
Que alegravam corações,
E como eram diferentes as multidões...

Saudade,
Solidão,
Nostalgia,
Era tudo diferente,
E não lembrava em nada,
Esta atual monotonia fria e vazia,
Ah...Nostalgia...

Coração de vidro...

Há muito se vem falando,
Que quem está amando,
Tem de vidro coração,
Que espatifa-se com um simples não....

Sonatas não resolvem,
As palavras não vem,
Não se sabe á quem entregar,
Um coração de ninguém...

Se colar,
Não se pode mais amar,
Pois ora essa,
Quem vai amar com um coração partido?
Certamente será ferido...

O vento movimenta o mundo,
E o coração de vidro,
Se vai em um segundo,
Mas nada se pode fazer,
O que resta é com isto aprender!

Não bate,
Não pulsa,
Somente existe,
Uma existência frágil,
E não há pessoa que não o conquiste...

No lugar de sangue,
Tem açúcar do mais refinado,
Para que sempre seja doce,
Este coração vítreo apaixonado...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dilemas intelectualistas & etc...




Com o óculo,
Na ponta do nariz,
Lendo o mais complexo livro,
Assim o intelectual,
Julga ser feliz...

Mas da porta para fora,
Retrai-se sem demora,
Pois não tem o gosto,
De falar despreocupado,
Sem ser atormentado,
De coisas banais,
E nada mais...

Latim,esperanto,alemão,
Nada preenche o seu coração,
Chopin,Beethoven,Bach,
Ciência,livros,charutos,
Nada o faz contente,
Nesta vida de conhecimento eminente...

Pianos de cauda,
Fino trato,
Peças de ato e entreato,
Ele sente-se sozinho e abandonado no fim,
E todos digamos que sim,
Que tanto conhecimento acabou por deixá-lo atordoado...

Segredos...





Muitos deles já os conheço,
Outros ainda desconheço,
Mas segredo é uma droga que nos vicia no medo,
Medo de se abrir,
De alguém ferir,
De não mais sorrir...

Nos faz refletir...
E eu digo:
Tolice,
E pura meninice,
Sofrer sozinho,
Se enchendo de escarninho,
E não seguir o seu caminho,
Por uma cousa do passado,
Que como diz o ditado:
Esta morto e enterrado!

Eu sigo livre,
Sem medo,
Sem segredo,
Contente,
Demente,
Normal,
Desigual...

Pois minha mente clama,
Por dar um fim,
Naquilo em que nunca ninguém disse sim,
E faço assim:
Apago,
Esqueço,
Removo,
Faço pois um mundo novo,
Sem amarras,
Sem marras,
Sem culpas e nem desculpas...

Pois segredo,
É medo,
É trava,
É rancor,
É afogar o puro amor,
Segredo é dor...

Vamos pois achar um remédio,
Que seja médio,
Nem bom e nem ruim,
Para esta coisa que acaba conosco,
Eleva o desgosto,
Nos faz perder o gosto de viver,
Quem guarda segredo,
Tem sentença para morrer...

Caminhada empós o jantar...



Na calçada molhada,
Caminho sem pensar em nada,
Depois do jantar,
Somente quero ver a luz do luar...
Nesse meio tempo,
Com o sopro do vento,
Ouço pessoas abalofando-se pelos seus feitos,
Pelas suas inertes ações,
Mas que por baixo de uma carne-invólucro,
Existem podres corações...

Sigo minha caminhada,
Vou na ab absurda da vida estrada,
Chutando as latas da vida,
Sem me importar se sou ou não querida,
Tropeço,
E me peço:
O que faço?
Com um maço de dúvida nas mãos,
Quero ter a sapiência dos anciãos,
Mas como não á tenho,
Vou seguindo,
Vou rindo,
Na minha caminhada empós o jantar,
Que me faz refletir,
Olhar o azul talássico do mar,
E amar...

E abalizadamente,
Trato quem me mente,
Pois quem mente é ruim da mente,
E assim é demente...
Mas mesmo assim,
Não ligo,
Faço pouco,
E ouço rouco,
O grito do vento,
Chamando novamente a chuva,
Apresso-me,
Corro,
Morro,
Por retornar ao lar,
E chorar lágrimas de indefinição,
Coisas do coração...

A chuva chega,
O vento vem,
E eu poiso junto á janela,
E olho,
Olho e digo sem saber á quem...
Neste mundo só almejo o bem...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Brilho de um olhar latente...

Em cada estrela,
Cada gota de chuva,
Sinto-me observada,
Pelo tudo,pelo nada,
Da mesma maneira que observo,
E reservo,
Em mim um pouco de curiosidade,
Sinto que são olhos tristes,solitários,perdidos,
Que me tem vários pedidos,
Mas que não se atreve á pedir,
Pois tem medo de voltar á sorrir...

Comunico-me,
Sonho,
E no meio das atribulações,
O misterioso olhar,
Vai encontrar outros corações...
Não sinto tristeza,nem alegria,
E só já saber o que á muito já se sabia...

Latente em meu coração,
Não me arrisco á dizer que não,
Que em tudo tentas ver,
Aquilo que sempre quis,
E nunca pode ter...

Mas não o tem por medo,
Medo que descubram seu segredo,
Que perca seu brilho,
E que o percas de vez,
Mas se tens tanto medo,
Para que tanto querer?
Uma coisa que sabe que ainda não podes ter?

Sei tudo o que pensas,
Todos os lugares em que vais,
Acho que tua alma,
É como um barco,
Que ainda não se atreveu á sair do cais...

Sinto um brilho fugaz,
Nos olhos de não sei quem,
E eu muito audaz,
Sei que este alguém,
Tem um sentimento abafado,
Ah,isso tem!

Ab Ovo,
De novo?Estaca zero,
O mesmo pensamento,
O mesmo sentimento,
Sei que algum olhar brilha de não sei o quê,
Mas sei obviamente o porque,
Esse brilho de um olhar latente,
De tanto tentar decifrar,
Vai acabar,
Por me deixar doente...

Mar ébrio de ilusão...





Paro...
Olho..
Absorvo o cheiro acre do mar,
Pode me consolar...
Atiro uma rede ao mesmo,
Ainda que seja á esmo,
Quando ela retorna,
Junto com ela minhas ilusões,
Todas minhas oníricas visões...

Tonta,
Desmaio,
Com o raio,
De pensamento,
De um não acontecimento,
Pura ilusão,
Na linha da mão,
Vejo o destino,
Como menino,
Menino que foge se esconde,
Não se sabe onde...

O mar está ébrio com minhas ilusões,
Atiro-as,
Desprendo-me delas,
Sejam verdes,azuis ou amarelas,
Quero viver em uma sintonia cósmica com o real,
O normal,o natural,
E descartar,embriagar então o mar,
Com essas ilusões de amargar...

Quero ser sóbria,
Dessas ilusões,
Que embriagam corações,
Que o mar as leve,
E assim ficarei leve,
Viverei,
Seguirei,
Mas com carinho...
Ainda as lembrarei...

Óh!Doces ilusões,
Causam cegueira,
Nos fazem ser a mais completa bobeira,
Carinho por vocês sempre terei,
Só á vocês nunca retornarei,
Pois agora,
O mar está ébrio de ilusão,
E só assim,
E só assim,
Pode viver meu coração...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desenho uma canção...

Desenho uma canção,
Que me revele Ab Ovo,
Que me faça ver tudo de novo,
As alegrias do coração..

Quero eu ter a sorte,
De lutar com a morte,
De viver a vida,
Corajosa,destemida,
Ver as folhas secas despencarem,
Com ares de maturidade,
E eu na minha jovem idade,
Cantar minha canção...

Desenho uma canção,
Que tenha cheiro,gosto e sentimento,
Coisa que ultrapasse o simples momento,
Que traduza o meu amor,
E também a minha vã dor,
Que as pessoas se encham de alegria,
E pela canção tenham simpatia!

Quero eu ter a ousadia,
De que minha canção,
Colora o seu dia,
Que preencha com leveza,
Cômodos lúgubres cheios de aspereza...
Que faça brotar a flor,
Faça cair a chuva,
Que alegre á criança
E também a viúva...

Onde é que se escondem os mais lindos segredos?
Na minha canção?
Não sei...
No arfar das folhas dos arvoredos,
Na bela natureza da andorinha,do pato,e mergulhão...
Pelo sim ou pelo não,
Eu quero uma canção,
Que lhe toque a alma e coração...