terça-feira, 23 de junho de 2009

Que nos dias vindouros...

Que nos dias vindouros,
Se colham os verdes louros,
Que se tenha o merecido ouro,
O anel de prata,
Que tanto me mata,
Não quero dor,não quero fúria,não quero guerra,
Só quero o reconhecimento após longa espera,
Quero ser aquilo,de que nunca pude ser,
E me ver morrer dignamente,
Ver que meu melhor amigo não me mente...

Ver a flor pequenina e sorrateira,
Virar linda roseira,
O cão que ladra,
E arrebenta a vidraça,
Me faz rir,cheio de graça,
Que todos patos voem para o norte,
Onde não esncontro minha sorte,
Mas talvez o encontre,
Entre flores e azevinhos,
Longas estradas e curtos caminhos,
Ainda verei o deboche e o escarninho
A mercê do descaso,
E que se finde o do ódio caso.

Que nos dias vindouros ainda continue minha emoção,
De aquela simples canção,
Tocar-me o poeta coração,
Ver que inefávelmente a grandeza não me envaidece,
Pois disto o mundo padece,
E peço com veemência,
A mais humilde clemência,
Para um caso...
Um caso simples de complexa demência!

De amor irresoluto,
Que não mostra seu suntuoso trajar de luto,
Que nos dias vindouros,
Eu tenha a capacidade,
De não ter como companhia a permissividade,
Mas tampouco a agressividade,
Mas que ao menos eu tente ser,
Uma pessoa agradável de se conviver!

Epístolas para o povo

Quando quiseres perceber a diferença entre a saúde a doença,
Mire-se ao espelho e profira todas suas indignações,
Verá que assim,não afetará os alvos corações,
E sim a si mesmo,
Que cairá em esmo,
Morto...
Torto na rua da amargura,
Sob uma digna escuridão,
E debaixo de um humilde papelão,
Submerso em arrependimento e miséria,
Sem sequer ter motivo para pilhéria,
E verá então que a maior dor do mundo não se vê,se sente,
E mesmo que tente,
Ela virá lhe raptar,
E em sua teia ela esmagar-lho-á,
Pobre,mas feliz,
Você não mais precisará,
Ser a estrela atriz,
Mas sim de um prato farto de comida e lembranças,
Da doçura das crianças,
De pessoas que lhe façam chorar e rir,
Que te causem nós na garganta de tão importantes,
Mas não tanto como aquelas que você amou antes,
Idas e vindas de um mundo avesso,claustrofóbico,
E então vê que o mundo diante de seus pés ganha aspecto macroscópico!

Eis que chega então,
A suave maresia,
O céu azul,
A te avisarem que aqueles serão os seus últimos dias,
Em que parará seu rancoroso e terno coração,
E que a saudade lhe dará a mão,
E partirá...
Puro ou não,
Mas perdoando de alma e coração,
Lutando pelo seu perdão e aceitação,
Mas,antes que se efetuem esses queixumes finais,
Queria lhes dizer,
"Não se igualem aos animais,
pois não somos assim tão banais,
A ponto de não perceber o que se passa,
Importando apenas si mesmo e não a toda massa"
E,por final enamore-se com a vida e com a alegria distinta que há em você,
Pois não creia somente no mundo,CREIA EM VOCÊ!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Paredes de pó...

Cadê vós que bradava pelos ''todos'',
Cade vós?
Para dar-me,conceder-me voz e coragem,
Para vencer estas máquinas,
Que maquinantemente tramam,
Cuidadosamente minha morte,
E se me salvo é por sorte...

Hoje desabou-se sobre mim paredes de rancor,
Tingidas pela dor e poeira,
Deus meu como falo asneira!
Mas é realidade,
Como pode alguém transcender a idade,
E com uma vontade assombrosa,
De vencer,
Sem ganhar menção honrosa,
Mas sim delicada rosa,
Indelével,
Intransponível,
Que de seu botão transbordam as mais puras verdades do coração...

Que essas malignas paredes de pó,
Não me façam ser sã,
E não mais ver essa criatura louçã,
Que é a natureza da manhã,
Criada de puríssima inspiração e gesto divino,
Desde o belo e elegante ganso
Até o desengonçado alevino,
Que eu possa,
Ser humana,
E enlamear-me numa de lama poça,
E gritar: Estou viva,tenho um coração pulsante,
Que a igualdade e a paz almeja a todo instante...

Que eu tenha a graça de ser a mão que retira o espinho,
Aquela que consola o escarninho,
O pão,a mesa e o vinho,
O eu, o vós e o eles,
Mas que eu não seja a guerra ''daqueles'',
Mas que as paredes cubram o mal de todos eles.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pensamentos submersos...

Existe em minh'alma um grito latente,
Exclamando:Tente,tente,tente,
E eu da minha vida tenente,
Me faço de sã á convicta demente,
E renego á voz,
Sendo assim poderosa,
Como o Mágico de Oz,
Não obstante,
Vejo na da vida estante,
Uns pensamentos fugidios,
Submersos,vadios na confusa estrada mental,
Mas confesso,que tudo isso para mim é normal,
Entre rosas e espinhos,
Eis que vejo escarninhos,
Mas também vejo carinhos,
Desses gélidos pensamentos,
Submersos no vento,
No céu,no mar,
Como uma espécie de bússola,
Dizendo-me e guiando-me para onde devo chegar,
Para um mar de dizeres ponho-me á caminhar,
E a douda estrada da lógica,
Me obrigo á estar,
Tendo pensamentos submersos ou não,
Sei que esta magia existe apenas em minha imaginação...