sábado, 30 de janeiro de 2010

Libreto de cantigas obsoletas

Possuo um libreto de cantigas antigas,
Escritas por amigos,amigas,
O qual não me canso de olhar,
E quando o olho,
Exerce o mesmo encantamento,
Que me exerce o mar...

Nele contém canção de toda espécie,
Das muito doces até as amaríssimas,
E pessoas caríssimas,
Este libreto,
Não é verde,amarelo e nem preto,
Tem cor de canção,
Canção do coração,
Tem notas e partituras,
Que das más idéias é tortura...

Mas,ora veja,
É poesia pura,
Apesar de ter em demasia partitura,
Nota e clave,
Dos meus sentimentos tem a chave...

Ainda que o tempo o desbote,
Em minha mente sempre habitará,
Os mais belos escritos do libreto velhote,
Que tempo nenhum apagará...

Libreto de cantigas obsoletas,
Cujas cantigas voam como e tão graciosamente como borboletas,
Ah,se o tempo voltasse,
E o ritmo da esperança retornasse,
Ah,que sonho...
Que quimera...
Mas não passa de minha imaginação mera...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Versões & Sequências...

Há muito o que se dizer,
Há muito o que falar,
Mas poucas,pouquíssimas são as formas do sentimento expressar,
Então aqui quero cantar...

Mas cantar com voz de vento,
Correndo a todo memento,
Ser nubiforme,
E conforme,
A chuva caísse ser,
E como um velho carvalho seco morrer...

Ter nas mãos a natureza,
Resplandecer em beleza,
Ser etérea,
Aérea...
Voar...

Beber o mar
Em grandes goles,
Sentir golfadas de ar,
Bagunçarem minh'alma,
E caminhar ao sabor do vento,do tempo,
Com a mais pura calma...

Quero eu,
Querer saber,
Querer ser,
Querer ter...
Ter o mundo e não ter nada,
Ver o sol rasgar o céu da madrugada,
Ver com um final feliz alguma história ser encerrada...

Colher algumas rosas ainda em seus botões,
E de emoção e alegria,
Chorar aos borbotões...
Rabiscar um esboço para a vida,
Vida que possa ser vivida...

Laboriosamente,
Descobrir a mente de quem mente,
Pacientemente,
Viver completamente...

Estas são versões e sequências,
De uma vida sem fim,
Vida de sonho,
Sonho sem consequência,
Versões de dois corações,
Dois corações meus...

Um meu e um de minh'alma,
Mas tenha calma,
São apenas versões e sequências,
Isentas de mentiras e delinquências,
São apenas...
Apenas doces demências...

O novo fabordão do coro dos aflitos








Entre um aflito coração,
E um só fabordão,
Os aflitos e desesperados,
Clamam,gritam e cantam,
Pelos dias nunca á eles chegados...

As notas musicais saem deste canto com uma liquidez tamanha e anormal,
Que parece ser sobrenatural,
As partituras parece que são caminhos á serem corajosamente desbravados,
E em bravatas os sons pedem para serem notoriamente notados...

E daqueles corações estafados,
Eis que surgem belos fados,
Canções quaisquer,
E como o destino quer,
Tormenta trazer,
Com o do canto poder,
Os aflitos e seus fabordões,
Afastam esta cousa de seus corações...

Em um misto de alegria e indecisão,
Um aflito e seu fabordão,
Rompe o pesado grilhão,
E vive nas nuvens desde então...

Sem maestro segue a orquestra,
Com a estrela guia da vida mestra,
Todos podem se orientar,
E seguir a vida cantando,
Sem medo de amar...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Solilóquio

Em algum canto,
Ouve-se um pranto,
Onde?
Lá onde o vento de esconde...
Causa não se sabe,se desconhece,
Mas o som ah,sim este se bem conhece...

Eu e eu,
Na mesma sintonia,
Será uma loucura,
Ou simples mania?

Solilóquio,
Monólogo,
Monotonia,
Vazia,
Fria...

Mas para onde é que eu ia?
Ia me perder na solidão,
Ia caminhar sozinha nos bosques de gelo,
E nas pradarias tão frias,
Ia ver coisas já tão sem graça,
Ia ver os pombos na praça.

O que quero eu?
Quero o infinito,
O impossível,
O ''implausível''
O surreal,
Nada de real,
Quero ser dona do sonho mais bonito.

Mergulhando,
Observando e analisando,
Vou cantando,
E com as gotas argênteas de chuva me molhando...
Querendo saber,
Querendo correr,
Dessa chuva,
Desse frio...

Assumo que não sei nada,
Mas então para que caminhar em tão douda estrada?
Por ser alienada,
Triste,feliz,
Apavorada...
E para que então olhar tão triste alvorada?
Para ver a vida,
Ver a brisa fugidia,
Olhar findar-se um lúgubre dia...

E assim vou findando minhas indagações,
E as respectivas respostas de dois corações,
O meu...
E o meu...
Cousas doudas,
Idiossincrasias de um perdido eu...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Requiem...

Hoje morre oficialmente,
Um pouco por dia,
Em uma realidade fria,
Uma alma inerte,
Quem conta não mente...

Requiem...
Sem saber á quem,
Flores de lágrimas jogadas,
Em uma vala sem fundo,
E não se sabe se ali começa ou se termina o mundo,
Em um cheiro acre,
A morte se anuncia,
Não importa se é noite ou se é dia...

E no arrebol avermelhado,
Vê-se um pedaço de chão orvalhado,
Ouve-se um som clangoroso,
Um verso choroso,
A morte caminha,
E não sabe escolher a quem...
E isto só fica pior com este meu requiem...


Em um rabisco arabesco,
Vejo um ar bem pitoresco,
O homem desenhou,
A morte pintou,
O homem viveu,
A morte finalizou...

Requiem...
Requiem,
A morte de quem nunca sonhou...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Quando a chuva cai...




Quando a chuva cai,
Cada gota soa para mim como nota musical,
Que sopra o vento e dissipa todo o mal,
Atordoa,
Não perdoa,
A volta de obsoletos sentimentos,
Me remete ás lágrimas dos tristes mementos...

Quando a chuva cai,
É feito,
É marco histórico,
É tesouro,
Quase oiro,
Poiso junto á janela,
Para esperar a volta dela,
A chuva...

A chuva molha o parreiral e a videira,
Molha também a uva derradeira,
E se for vez primeira,
Que a contempla com ares de melancolia,
Saiba que ela é bem mais que muita água fria...

Chuva é expressão,
É choro,pranto do céu,
É o desabamento de fel,
É a liquidez das estrelas,
É a dor do mundo,
Desaguando n'um segundo...

A chuva na janela,
Tão bela,
A chuva no chão,
Oh!Quanto dói o coração,
Nada mais,
A chuva e seus ais...

Quando molha a lente do óculo,
Quando molha o chapéu,
É benção do céu...
Rega a chuva,
A flor,
O botão,
Faz a simples notinha virar coro e fabordão,
E me desculpem o bordão,
A chuva lava a alma e o coração....

Lá onde o vento faz morada,
A chuva é sua eterna enamorada,
E em uma estranha combinação,
Os dois entram rasteiros e com ação,
Pela bucólica moldura de minha varanda,
Anda!
Anda!
Que vem chuva chegando,
Que vem a tormenta na vida entrando...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Inexpugnável...

Conheci fera,
Bela era,
Inexpugnável,
Porém muito amável,
E também afável...

Rajada,
Doirada,
A cor que fosse,
Em seu âmago ela tinha um quê doce,
Mas era invencível,
Imbatível,
Não era derrotável,
Tinha força de vencer,
Mas na hora de morrer,
In extremis,
Afasta!
Que criatura nefasta...

É criatura nefelibata,
Está no ceu com de anjo bata e harpa,
Mas também mefistofélica,
Arre!
Pode ser também bicho medrançoso,
Como também olhar esperançoso...

Maviosamente,
Mente,
Ou também pode lho dizer a verdade,
Isenta de asnidade...

Ao que me refiro,
Ora essa!
Refiro-me á um bicho complicado á beça,
O ser humano em geral,
Nada de excepcional...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um mundo onírico & diferente





Com um pouco de comicidade,
Vou aqui descrever ilusória cidade,
Um mundo,
Que se pode criar em um só segundo...

Nele tem muitas coisas bonitas com esplendor,
Não existe a temível dor,
Lá o amor é representado em forma de flor,
Todas as cores tem sua cor,
Cortando um rio de brilho e confiança a cidade,
Torna criança qualquer pessoa de qualquer idade...

Todos os sonhos tem a sua devida importância,
Lá pode se ver ainda que ao longe,
A da felicidade estância,
O céu não tem limite,
A arte é tudo,
E não tem quem não a imite...

As estrelas foram pintadas a mão,
E a força deste mundo é o sentimento de união,
As casas todas são providas de asas,
Para voar no mundo da imaginação...

Neste mundo o sonho é a ação,
E a felicidade a realização,
Pena que só existe em nossa mente e coração...

Alma imortal -SONETO-




Minh'alma voa pelo tempo,
E é imortal,
Tanto que quando isto digo,
Causo um espanto tal...

Minh'alma assobia algumas canções cansadas,
E observa correrem as estradas paradas,
Bebe da água mais transparente,
É livre de ter coração doente...

Nesta condição de imortalidade,
Com toda notoriedade,
Minh'alma silentemente fecha-se em sua mente..

Em pensamentos que voam,que vem,
Que não tem dono e não são de ninguém,
Minh'alma a qualidade de imortal tem...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cantando um enlevo...

Canto um enlevo,
Com tal alegria,
Como aqui a escrevo,
Penso...
E receosa,
Me atrevo á pintar uma rosa...

Olha!Olha o horizonte,
Que belo alvor dele desponta,
É tanta beleza que nem se dá conta...
Inda ontem cantarolava eu debaixo de uma clareira,
Hoje ''meio-amarga''canto em tom baixo frente á uma lareira,
Nela arde uma chama,
Que consome tudo o que se ama,
Os verões felizes,os dias inesquecíveis,
E lembro de dias não plausíveis...

Não é verossímel,
Nem tampouco real,
Mas o que descrevo aqui,
São coisas de um mundo anormal,
E cantar um enlevo,
Me consola,
Reanima,
E por gestos de pantomima,
Expresso minha tristeza,
Choro com pesar,
E reflito com aspereza...

Cantando um enlevo,
Uma canção,
Que é sopro de brisa,
No coração,
Canção que é desprovida,
De notas,clave e fabordão,
Mas é bem provida dos sentimentos da vida...

Meu enlevo,
Tem relevo,
Sob outras canções,
Destacando-se,
Por aliviar os corações...
E despertar as afeições...

No meio do mar,
Em pleno deserto,
Ainda se ouvirá meu enlevo,
Isto é certo!

Por fim,
Tenho que afirmar que digo sim,
Para o caminho longo e a estrada,
Que leva á tudo e leva á nada,
Cantando um enlevo,
Gritando em segredo,
E seguindo sem medo,
Com o enlevo..

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Visão Poética...




No passo da morte,
Ao passo da sorte,
Sempre terei esta visão,
Visão poética,
Que abranda e anima meu coração...

A poesia é Potestade,
Do meu reino á majestade,
Meus olhos em tudo veem poesia,
Desde o mais belo e delicado jasmim,
Cujo cheiro voa até mim,
Até a folha seca mais fria...

Até em uma tarde vazia,
Eu vejo a tal poesia,
Ela me acompanha,
E nas noites em que fuma-se o orvalho,
E nada parece fluir,
Vem a tal poesia fazer-me sorrir...

A poesia é como uma chama de vela,
Nunca se apagará,
Se formos junto dela,
Existe poesia,
Até na paisagem que ostenta uma simples janela...

Sem mais o que dizer,
Pois a poesia além de escrever e ler,
Se deve sentir,entender,envolver,
Poesia é a definição do que já muito vimos,
Ou do que nunca vamos ver..

sábado, 9 de janeiro de 2010

Telegrama da saudade

Quanto tempo já se vai,
Quanto tempo se passou,
Que a brisa daqueles velhos tempos já terminou,
Felicidade,
Outra idade,
As árvores farfalhando canções,
Gente de emoção,
Chorando aos borbotões...

Na janela,
Via brotar,
A flor mais bela,
Doirado era o sol,
E quão bonito o arrebol...
Ah!Outros ares,
Outros mares,
Liras e sonetos fugidios,
Pianos ecoando pelas salas,
O baile de máscaras,
Desfilando imponente pelas alas...

Na minha triste barquinha,
Passei a infância á adorar,
Esquálida e melancólica andorinha...
Inda lembro que a brisa foi-me tormento cruel,
No dia em que fiz mil pedidos ao céu...

Parece que o doce era mais doce,
Tudo era melhor,
Hoje tudo o que acontece,
Parece que a gente sabe de cor...

No telegrama da saudade,
Quero viver as antigas emoções,
Retornar á ouvir as obsoletas canções,
Que alegravam corações,
E como eram diferentes as multidões...

Saudade,
Solidão,
Nostalgia,
Era tudo diferente,
E não lembrava em nada,
Esta atual monotonia fria e vazia,
Ah...Nostalgia...

Coração de vidro...

Há muito se vem falando,
Que quem está amando,
Tem de vidro coração,
Que espatifa-se com um simples não....

Sonatas não resolvem,
As palavras não vem,
Não se sabe á quem entregar,
Um coração de ninguém...

Se colar,
Não se pode mais amar,
Pois ora essa,
Quem vai amar com um coração partido?
Certamente será ferido...

O vento movimenta o mundo,
E o coração de vidro,
Se vai em um segundo,
Mas nada se pode fazer,
O que resta é com isto aprender!

Não bate,
Não pulsa,
Somente existe,
Uma existência frágil,
E não há pessoa que não o conquiste...

No lugar de sangue,
Tem açúcar do mais refinado,
Para que sempre seja doce,
Este coração vítreo apaixonado...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dilemas intelectualistas & etc...




Com o óculo,
Na ponta do nariz,
Lendo o mais complexo livro,
Assim o intelectual,
Julga ser feliz...

Mas da porta para fora,
Retrai-se sem demora,
Pois não tem o gosto,
De falar despreocupado,
Sem ser atormentado,
De coisas banais,
E nada mais...

Latim,esperanto,alemão,
Nada preenche o seu coração,
Chopin,Beethoven,Bach,
Ciência,livros,charutos,
Nada o faz contente,
Nesta vida de conhecimento eminente...

Pianos de cauda,
Fino trato,
Peças de ato e entreato,
Ele sente-se sozinho e abandonado no fim,
E todos digamos que sim,
Que tanto conhecimento acabou por deixá-lo atordoado...

Segredos...





Muitos deles já os conheço,
Outros ainda desconheço,
Mas segredo é uma droga que nos vicia no medo,
Medo de se abrir,
De alguém ferir,
De não mais sorrir...

Nos faz refletir...
E eu digo:
Tolice,
E pura meninice,
Sofrer sozinho,
Se enchendo de escarninho,
E não seguir o seu caminho,
Por uma cousa do passado,
Que como diz o ditado:
Esta morto e enterrado!

Eu sigo livre,
Sem medo,
Sem segredo,
Contente,
Demente,
Normal,
Desigual...

Pois minha mente clama,
Por dar um fim,
Naquilo em que nunca ninguém disse sim,
E faço assim:
Apago,
Esqueço,
Removo,
Faço pois um mundo novo,
Sem amarras,
Sem marras,
Sem culpas e nem desculpas...

Pois segredo,
É medo,
É trava,
É rancor,
É afogar o puro amor,
Segredo é dor...

Vamos pois achar um remédio,
Que seja médio,
Nem bom e nem ruim,
Para esta coisa que acaba conosco,
Eleva o desgosto,
Nos faz perder o gosto de viver,
Quem guarda segredo,
Tem sentença para morrer...

Caminhada empós o jantar...



Na calçada molhada,
Caminho sem pensar em nada,
Depois do jantar,
Somente quero ver a luz do luar...
Nesse meio tempo,
Com o sopro do vento,
Ouço pessoas abalofando-se pelos seus feitos,
Pelas suas inertes ações,
Mas que por baixo de uma carne-invólucro,
Existem podres corações...

Sigo minha caminhada,
Vou na ab absurda da vida estrada,
Chutando as latas da vida,
Sem me importar se sou ou não querida,
Tropeço,
E me peço:
O que faço?
Com um maço de dúvida nas mãos,
Quero ter a sapiência dos anciãos,
Mas como não á tenho,
Vou seguindo,
Vou rindo,
Na minha caminhada empós o jantar,
Que me faz refletir,
Olhar o azul talássico do mar,
E amar...

E abalizadamente,
Trato quem me mente,
Pois quem mente é ruim da mente,
E assim é demente...
Mas mesmo assim,
Não ligo,
Faço pouco,
E ouço rouco,
O grito do vento,
Chamando novamente a chuva,
Apresso-me,
Corro,
Morro,
Por retornar ao lar,
E chorar lágrimas de indefinição,
Coisas do coração...

A chuva chega,
O vento vem,
E eu poiso junto á janela,
E olho,
Olho e digo sem saber á quem...
Neste mundo só almejo o bem...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Brilho de um olhar latente...

Em cada estrela,
Cada gota de chuva,
Sinto-me observada,
Pelo tudo,pelo nada,
Da mesma maneira que observo,
E reservo,
Em mim um pouco de curiosidade,
Sinto que são olhos tristes,solitários,perdidos,
Que me tem vários pedidos,
Mas que não se atreve á pedir,
Pois tem medo de voltar á sorrir...

Comunico-me,
Sonho,
E no meio das atribulações,
O misterioso olhar,
Vai encontrar outros corações...
Não sinto tristeza,nem alegria,
E só já saber o que á muito já se sabia...

Latente em meu coração,
Não me arrisco á dizer que não,
Que em tudo tentas ver,
Aquilo que sempre quis,
E nunca pode ter...

Mas não o tem por medo,
Medo que descubram seu segredo,
Que perca seu brilho,
E que o percas de vez,
Mas se tens tanto medo,
Para que tanto querer?
Uma coisa que sabe que ainda não podes ter?

Sei tudo o que pensas,
Todos os lugares em que vais,
Acho que tua alma,
É como um barco,
Que ainda não se atreveu á sair do cais...

Sinto um brilho fugaz,
Nos olhos de não sei quem,
E eu muito audaz,
Sei que este alguém,
Tem um sentimento abafado,
Ah,isso tem!

Ab Ovo,
De novo?Estaca zero,
O mesmo pensamento,
O mesmo sentimento,
Sei que algum olhar brilha de não sei o quê,
Mas sei obviamente o porque,
Esse brilho de um olhar latente,
De tanto tentar decifrar,
Vai acabar,
Por me deixar doente...

Mar ébrio de ilusão...





Paro...
Olho..
Absorvo o cheiro acre do mar,
Pode me consolar...
Atiro uma rede ao mesmo,
Ainda que seja á esmo,
Quando ela retorna,
Junto com ela minhas ilusões,
Todas minhas oníricas visões...

Tonta,
Desmaio,
Com o raio,
De pensamento,
De um não acontecimento,
Pura ilusão,
Na linha da mão,
Vejo o destino,
Como menino,
Menino que foge se esconde,
Não se sabe onde...

O mar está ébrio com minhas ilusões,
Atiro-as,
Desprendo-me delas,
Sejam verdes,azuis ou amarelas,
Quero viver em uma sintonia cósmica com o real,
O normal,o natural,
E descartar,embriagar então o mar,
Com essas ilusões de amargar...

Quero ser sóbria,
Dessas ilusões,
Que embriagam corações,
Que o mar as leve,
E assim ficarei leve,
Viverei,
Seguirei,
Mas com carinho...
Ainda as lembrarei...

Óh!Doces ilusões,
Causam cegueira,
Nos fazem ser a mais completa bobeira,
Carinho por vocês sempre terei,
Só á vocês nunca retornarei,
Pois agora,
O mar está ébrio de ilusão,
E só assim,
E só assim,
Pode viver meu coração...

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desenho uma canção...

Desenho uma canção,
Que me revele Ab Ovo,
Que me faça ver tudo de novo,
As alegrias do coração..

Quero eu ter a sorte,
De lutar com a morte,
De viver a vida,
Corajosa,destemida,
Ver as folhas secas despencarem,
Com ares de maturidade,
E eu na minha jovem idade,
Cantar minha canção...

Desenho uma canção,
Que tenha cheiro,gosto e sentimento,
Coisa que ultrapasse o simples momento,
Que traduza o meu amor,
E também a minha vã dor,
Que as pessoas se encham de alegria,
E pela canção tenham simpatia!

Quero eu ter a ousadia,
De que minha canção,
Colora o seu dia,
Que preencha com leveza,
Cômodos lúgubres cheios de aspereza...
Que faça brotar a flor,
Faça cair a chuva,
Que alegre á criança
E também a viúva...

Onde é que se escondem os mais lindos segredos?
Na minha canção?
Não sei...
No arfar das folhas dos arvoredos,
Na bela natureza da andorinha,do pato,e mergulhão...
Pelo sim ou pelo não,
Eu quero uma canção,
Que lhe toque a alma e coração...