quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cogitação.

Entre noites mal dormidas,
E pessoas aturdidas,
Eis que vejo o clarão,
O almejado torrão,
O doce anseio,
O fim,o início e o meio,
E me submeto então,
Ao hábito da cogitação.

Penso e reflito,
Me perco e me encontro,
Deito e levanto,
Vejo dúvida em todo canto,
Mas sei que essa dúvida é anjo santo,
Que irá me salvar,
Minha toda vida irá mudar.

Na ação cogitativa então,
Penso nos males do coração,
Se eles realmente valem á pena,
Penso que minha grandeza comparada com o mundo,
É relativamente pequena,
Mas minh'alma é completamente serena.

Pergunto,reflito,indago,
E na solidão da amargura,
Me apago,
E fugidia é a alegria,
Que parece ter cisma comigo,
Oh!Cruel castigo!

E a Deus peço,
E esforços não meço,
Ah,ora essa,
Que acabe logo esta desordenada peça,
Chamada vulgarmente,
Como se costuma dizer:
VIVER!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Admoestria

No fundo do coração,
Como corcel juvenil,
Meu coração bate á mil,
Quando vê o pesado grilhão....

Já recordo-me de meus funestos sonhos,
Em que me aparecia,
Com um olhar quase que vítreo,
Mas com olhar de quem aprecia,
A noite,o luar,
Todo este mar...

Mas admoestria sinto,
Em demasia por ti,
Que pena...
Embora minha visão sobre ti seja pequena,
E sentada n'uma nuvem de nada,
Vejo-te vir á meu encontro,
Nesta apagada estrada,
De sonhos e de ilusão...

Sei que meu temor é um castigo,
Mas por favor,
Deixa-te ir comigo,
Que teus olhos fundos e vazios,
Sejam um poço de esperança,
Ainda que para tenra criança,
Que tua face atemporal seja o consolo dos inertes,
Mas que em meu coração,
A tua imagem sempre despertes...

Que o medo que sinto,
A admoestria,
Não impeça-me de ser,
O que eu gostaria,
Que o vento chicoteie meu rosto,
E que a brisa assobie doce canção,
Mas nunca,nunca,deixe-me cair,
No silêncio e no infinito da tua amarga imensidão.

Que cada dia e cada noite sejam um prêmio,
De vida e de morte,
De azar e de sorte,
De perdas e ganhos,
De ouros e estanhos,
E sejam acolhidos pela tua finitude infinita,
Que em particular acho deveras bonita...

Que tuas mãos gélidas,
Sejam o alento de quem chora e clama,
De quem odeia e ama,
De quem foi e vai,
Mas principalmente,daqueles á quem a vida mente.

Engano?Acaso?
Não sei.
Mas de uma coisa tenho e garanto a mais pura certeza,
De que por ti,com toda firmeza,
Sempre a maior admoestria terei.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tudo nessa vida é passageiro..








Nesta vida tudo é passageiro,
Basta olhar o que vem primeiro,
De dezembro á janeiro,
Este ano inteiro,
É passageiro pois passará...

E a minha linda memória?
Não viverá!
E os meus clamores por glória?
Então se findará!
E minha face cansada de tantas lágrimas derramar?
Se desfazer-se-á!

Que passado reluzente,
Ilustro em minha boca,
Sorrindo com os dentes,
E com os olhos de paisagem,
Vou como que dizendo:
''Estou só de passagem'',
E de bom futuro vou querendo.

Toda renda,toda cor,todo amor,
Será visto como percursor,
De toda a dor,
Que as entranhas que suspiram por paz,
Ah!Estas terão demais...

O mundo gira,o tempo passa,
E vamos nos livrando da forte carapaça,
E do algoz vamos nos chegando,
Sem risos ou chorando,
Pois sabemos que tudo nesta vida é passageiro,
Seja boi,ave ou cordeiro,
Pois não somos indeléveis,
Contrario,somos do mundo as criaturas mais débeis...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um dia..

Um dia chorei borbotões,
Arrastei os grilhões,
Ri dos turrões,
Observei de rosas os mais bonitos botões,
Mas de repente olhei me ao espelho,
E o que vejo???
Vejo o de ruir desejo,
Vejo o tempo,
Vejo a patuscada de outrora na minha menina dos olhos,
Vejo um de chaves molho,
Que abre a porta da luz,
Que me conduz,
Para um futuro que reluz,
Mas olho-me novamente ao espelho e o que observo?
Observo que do tempo fui servo,
E observo também minha expressão,
Ela somente é a estampa das carrancas que habitam em meu coração,
Observo que estou morta.!..!...!.
Absorta em uma teoria falha,
Em que a velha mente sabida falhou,
Em que a juventude de criança expirou,
Que o sorriso cessou,
E que aquela meta tão sonhada de chances acabou!
Mas agora não mais observo-me ao espelho e sim a mim mesma,
Que fiz de mim???
Que vivi de sombras,de carona na cauda de muitos ''cometas'',
Este é um erro que não queres que eu cometa,
Mas eu no desvario das horas inquietas cometi,
Renasci de cinzas quando fui,ainda que por um momento eu mesma,
Ainda que em confusões me meti,
Vou-me,fui-me com apenas uma garantia,
Nenhum dos olhos desse mundo meu Deus,
Mais do que o meu quando a felicidade via,
Luzia!
E que quando encontrava a solidão,
No silêncio do coração se recolhia,
Ninguém,oh meu Deus poderá sentir todas dores que eu sentia,
E que via,
O sofrer,o penar,e quando por fim achou,
Que não iria nunca acabar,
ACABOU!!!