sábado, 28 de março de 2009

Harpa de cordas azinhavradas

Existe um harpa de cordas azinhavradas,
Mas dessas suas cordas saem lindas entoadas,
Que aos ouvidos agradam,
E os males estragam,
Pois lindas melodias eu ouço,
E todas elas me libertam do horrendo calabouço...

Harpa celeste,
Oh!Deus que lindo presente me deste,
Ecoa no céu destemido,
E o canto dos pássaros perto dela,
Passa desapercebido!

Logrando assim toda a poluição sonora,
Que só nos faz sentir bem na hora,
Mas esta harpa tem em suas cordas pura magia,
Coisa que ninguém jamais esqueceria...

Som límpido e claro,
Me fazendo esquecer,
O sabor que tenho em minha boca amaro,
Assim sinto-me mais capaz,
Para enfrentar as agruras da vida,
E encontrar nesta música um pouco que seja de paz...

De doçura e esplendores infinitos,
Parece que posso sentir e ver o meu sonho mais bonito,
E assim grito,
Clamo pelo que é bom,
Clamo pela permanência do mundo deste belo som.

sábado, 21 de março de 2009

O passado presente...




Passado,passado,
Será que ainda podes ser meu presente?
Ainda que esteja no sorriso de um que amo ente,
Ainda que esteja no florir da primavera,
Me faz rememorar uma outra era...

Se não puder eu um dia recordar,
Que de um velho jornal eu possa recortar,
Todas aquelas coisas boas para a alma olhar,
Ou que ao menos eu tenha a felicidade,
De poder olhar ao espelho no meu rosto a ação da idade.

Que o passado seja tão presente quanto o agora,
E que todos saibam que pelo bem sempre há alguém que ora,
E que de atualizar-se perde a hora,
Passado,passado,será que ainda podes ser meu presente?
Ah,ficaria em demasia contente...

E,por mais estapafúrdia que esta poesia pareça,
Toda a nostalgia ela transpareça,
E numa trança de ilusões,
De passados floridos e ao mesmo tempo canhões,
Se iludem muito os pobres corações...

Mas qual nada,
Eu sei seguir muito bem pela minha estrada,
E do passado lembrar somente com carinho,
Embora tudo conspire,
Para que o meu ''eu'' seja sempre sozinho...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Comboio celeste

Oh!Comboio celeste,
Que lindas visões me deste,
Por uma escada rupestre,
Subo ás maravilhas constantes,
Junto ás nuvens que se desfazem em instantes...

O comboio celeste anuncia,
Que o mundo salvo seria,
Que o alvo orgulho angelical,
Desfaça do mundo todo o mal.

Comboio celeste de justiça suprema,
Julga esse mundo,
Que em um segundo,
Se faz de forma pequena.

Penso que estou feliz,
Tenho a graça de que uma bela borboleta,
Pouse em meu nariz,
Pela a proteção dispensada pelo comboio,
Acredito até de fazer ver um cego de um olho...

Ouço cantos faustosos ecoando no céu,
E sinto dentro de mim,
Um sentimento doce igual ao mel,
Pois o comboio celeste é um mistério sem solução,
Mas tem todas as respostas para todos os problemas do meu coração.

terça-feira, 17 de março de 2009

Aroma de flores sobre um velho livro...

Hoje vi um velho livro de vivências sem igual,
E encantou-me de tal maneira fora do normal,
Pelo seu peculiar aroma de rosas,todo natural,
E sem claudicar afirmo,
Que é a cousa mais bela,
Cheiro de rosa amarela...

O relógio já soa,
Como que afirmando,
"Isso é que é coisa boa!"
E voa o gavião,
Com uma rosa no bico,
Despertando-me assim,
Encantamento no coração...


Talvez amanhã,
Eu tenha a felicidade louçã,
De sentir o encantador aroma de flores,
Sobre meu velho livro,
Que dotado de beleza,
Possui todas as cores...

Alojando-se em meus pulmões,
Esse aroma,
Já fez balançar inumeros corações,
Mas ao meu só me encanta,
E parece que canta,
Com uma voz faustosa,
Com aroma de rosa cheirosa.

Nem sei se estou aqui ou lá,
Nem sei se canto ou se paro de cantar,
Mas de uma coisa eu sei,
Que o amor no coração,
Desperta-me para tudo o que já amei,
E o que amei e ainda amo,
É a vida,
Que de rios,
Agora corre em canos...

domingo, 15 de março de 2009

Estrelas prateadas de papel

Oh!Esta noite olhei para o céu,
Vi lindas estrelas prateadas,
E,vejam só pareciam de papel,
Esbanjando a doçura do mel,
Pareceu-me esquecer a amargura do fel...

Honrada fico em poder contemplar tamanha beleza,
Esplendor criado,
Em detrimento á natureza,
Nos presenteando com seu silente brilhar,
Mas o que mais me encanta é o seu reflexo no meu olhar.

Com o céu retinto,
Adocicado como um copo de vinho tinto,
Como purpurinas banhadas em brilho,
Vejo que a lua olha para o mundo,
Com o amor de quem olha para um filho...

E assim nesse encantamento,
Vejo entre a lua e as estrelas uma promessa de casamento,
Casamento de em demasia brilhante,
Oh!Estrelas de prateadas de papel,
Lanças sobre mim teu olhar cintilante...

sábado, 14 de março de 2009

Letras douradas no chão

Ode á vida,
Coisa que em demasia deixa-me aturdida,
E a morte soa me como uma fábrica falida,
Que nunca mais irá abrir suas portas,
E seus empregados andarão por ruas tortas.

E as sinfonias mortas,
Que nos batem ás portas,
E como que lapidassem,
Letras douradas no chão,
Avisando assim que á morte chegara ao teu coração.

Mais que depressa tentamo-nos esquivar,
E com toda pressa queremo-nos reavivar,
Mas as letras douradas,
Agora não nos significam nada,
Só o que fomos,
E o que agora recordamos...

Nada mais declaro,
Pois já vejo se dissipando o claro,
E agora vejo que o preço da vida subiu,
E está muito caro...

terça-feira, 10 de março de 2009

A cartilha da felicidade...

Hoje revirando n'uma pilha de velhos papéis,
Descobri uma coisa que vale mais que muitos de ouro anéis,
Vale mais que carro importado,
Mas em dinheiro vale menos,
Que um cobre azinhavrado.

Foi então que percebi,
Que aquilo eram escritas,
E por sinal muito bonitas,
Honremos essas sábias letras,
Que são mais doces que rubras cerejas.

E que assim seja,
Leiamo-as com cuidado,
Para que o perigo do ódio seja afastado,
Mas ora veja,
Não é uma leitura que vos deixa estafado,
E sim vos deixa um tanto mais animado.

Parece com uma cartilha,
Mas essa já percorreu muita milha,
E todo mundo já a leu,
Só que a rasgou ou dela se esqueceu...

Esse pedacinho de papel de faz-de-conta,
É a felicidade,
Que não é brinquedo que se monta e desmonta,
Mas sim vos trás momentos bons,
Que se conta e reconta...

Não sei,o destino...

Não sei se devo seguir o caminho,
Em que manda-me o coração,
Se optarei pelo sim ou pelo não,
Se tocarei a mais bela canção,
N'um banjo ou n'um violão...

Se o delírio dos dias infindáveis,
Me arrebatará de monotonia,
E numa seresta fria,
Se mostrarão confiáveis.

Quando tange o sino,
Não sei se penso em meu destino,
Ou se vôo para o nada,
Se assim for trilharei a minha estrada,
E por sinal muito animada!

Mas...
Se um dia porventura findarei,
Do mundo não esquecerei,
Mas dos tantos dias infortúnios,
Ah...Isso não sei...

Não sei também se caminharei á passos largos ou curtos,
Se serei fugidia,
Dos sentimentos da agonia,
Mas farei frequentadora assídua de meu coração a alegria,
Mas de imediato não sei,
Se sou ou se serei,
Se vou ou se irei,
Só sei de uma coisa,
Que a vida bem eu viverei!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Somente amanhã




Somente amanhã terei reluzentes memórias,
Do hoje as famigeradas histórias,
E amanhã serei bela,
Rodeada de cometas,
Estrela d'alva como no céu aquela,
Ainda que não me remetas,
Ao alvo e fulvo,
Fulgor de novas manhãs,
Quero conhecer as alamedas mais louçãs,
Quero ser digna de saborear a mais lustrosa e rubra das maçãs,
Que as cortinas que encobrem o tempo,
Sejam puídas,
Rasgadas,
Destituídas,
E que eu tenha a graça e o dom,
De no dia de amanhã,
Saber cantar no tom,
E que somente amanhã,
Eu veja que nem tudo é escuridão,
Que no coração de todos brote uma doce ilusão,
De caminhos entreabertos,
De escolhas mais sinceras,
E que assim seja,
E então serei feliz de veras!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Relva fresca da manhã

Relva fresca da manhã,
Vem mostrar-me o louçã amanhã,
Onde o sabiá vai chilrear,
Com passos de voz de animar...

Relva fresca da manhã,
Inspira-me para livrar-me dos pesados afãs,
E faz com que minhas vespertinas caminhadas,
Sejam saídas de becos,caladas,
E as gravuras nas calçadas,
Sejam como ver o céu estampado no chão,
E que desanuvie assim meu coração.

Relva fresca da manhã,
Que venhas com teu cheiro acre e adocicado,
Alegrar-me um bocado,
Abrir meus olhos para o mundo,
Sem perder nenhum segundo.

Relva fresca da manhã,
Que tua composição natural seja para mim como um bálsamo,
Que emana da terra,
Em meus pulmões faz morada final,
Coisa que não se erra,
E é de beleza sem igual...

Mas,sobretudo,
Não me deixes ficar mudo,
Para o nada,
Para o tudo,
E venha com teu doce cheiro,
Me fazer em mente,
Viajar o mundo inteiro.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Aspas de uma frase inacabada




''Dediquei-me ao árduo trabalho,
De uma frase crítica escrever,
De feito histórico,
De qual ainda nem planejava nascer,
Motejos á parte,
Representei minha vida como um belo encarte,
Antecessor de bem-viveres futuros,
Que ultrapassasse dos medos e pavores os muros,
Mas,com murros quebrei,
A redoma de cristal,
Coisa de se cegar,
Feita para tal.

Então gritei e decidi,
Que as ''aspas''que botei na felicidade da minha vida,
Hoje me trouxeram até aqui,
Então de toda a forma pensei:
Se minha vida não é demas longa,
E nem hoje morrerei,
Pelo que sei,
Posso terminar a frase do meu viver,
Com um lindo sinal de saber ?
Ou um ponto final para de tudo se esquecer.

Nem hoje nem amanhã,
Quero hoje,
Que a revoada de pássaros pelo céu carmim,
Me acorde amanhã,
Tirando estas aspas de sobre mim,
Que eu,ao menos seja livre,
P'ra decidir sobre o meu não ou sobre o meu sim,
Que num claro futuro,
Eu possa trilhar um caminho,
Com um belo jardim,
E eu possa ter a graça de inalar o doce cheiro de jasmim,
Sem nenhum escarninho,
Pelo meu caminho...''

segunda-feira, 2 de março de 2009

Meu temor...

Meu temor,
É que o amanhã chegue sem amor,
Que os balouçantes sinos parem de repicar,
Meu temor,
É que amanhã eu tenha idéias das quais posso descartar,
É tudo sobre o que eu nem posso sonhar,
E se eu tentasse esquecer,
E se eu tentasse tentar,
Pois não posso por isso morrer,
Que seja ao menos o amanhã faustoso,
Não preciso de jóia preciosa ou de diamante lustroso,
Mas que meu temor evapore-se,
Condense-se,
E saia pela janela do descaso,
E que meu caso tenha solução...

Que meu temor seja para mim,
Como um reflexo n'água,
Que vejo mas desaparece,
N'um piscar de olhos,
Assim...
Que as labaredas da coragem,
Me deêm toda a aparelhagem,
Para lidar com meu temor,
Que se cura com?amor?
Se cura com voz firme,
E olhar altivo,
Mas sobre tudo o orgulho,
De estar vivo...

domingo, 1 de março de 2009

Azul talássico-infinito...

Pus-me a contemplar o redemoinho que as águas faziam,
Numa dança fria,
Dotada,porém,de muita alegria,
E o que eu naquele momento sentia,
Era todo o despejo de minha monotonia...

E,olhando o mar com olhos de pérolas,
Descobri que o mar guarda segredos inimagináveis,
Desde navios naufragados enferrujados,
Até os peixes,belos e amigáveis.

Numa cadência de corais,
Coisa que vi jamais,
Encontra-se uma água azul-talássico,
Demonstrando todo o seu poder clássico,
Seu furor tempestuoso,
Capaz até de deixar um grande tubarão nervoso,
Com seu ímpeto luxuoso.

Netuno e Posseidon,
Rendem-se,
A toda sua magia e o seu dom,
E á mim só resta pela beira da praia olhar,
E tentar fazer uma idéia de que lindos segredos guarda,
Esse azul-talássico do mar....