sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Silentemente...

Silentemente as folhas se conversam...
E folhas ''outonais''arremessam,
E com cada uma vão exalando vapores de fria ilusão,
Ilusão adormecida,
E guardada pelas chaves de esperança,
Do meu tolo coração de criança...

Quando chove,deito-me na fresca relva,
E deixo chover em mim todas lágrimas celestes,
E assim vão-se embora as pestes,
E silentemente deixo também escorrerem minhas lágrimas de melancolia,
E penso então: ''que bom seria'',
Que bom seria se o sorriso mais triste e mascarado deste mundo,
Se revelasse,
E mostrasse que a vida não é um mero filme mudo,
É feita também de ilustar o que se sente,
E não fazer falsas mímicas,
Como em um filme silente.

E n'um mar de ilusão e quimeras,
Me pergunto: ''Mas o que da vida esperas?'',
Espero que o mero comodismo do frio metal,
Não seja motivo de caso fatal,
Mas sim não cumpra mais do que o seu dever,
Que é o das pessoas prover...
Nada mais,silentemente olho uma rosa,
E me remeto então á chuva pavorosa,
As nuvens com carrancas de dar medo,
E grito bem alto: ''Pessoa,qual é o teu segredo????????''
E em um monólogo obvio e sem sentido algum,
Silentemente,vejo em minha mente,
Um verso lindo que rima,
E que lá em cima,lá no céu,
Recito,
E com a doçura do mel,
E o confronto com teu fel,
Pessoa silente,
Que mais mascara a tristeza do que á sente...

Que tenhamos todos a alegria de sentir,
A não vergonha de sorrir,
E quem sorri de tristeza,
Silentemente,
Há delicadeza em seu ser,
E que recupere sempre o que perder,
Pois,silentemente,
A glória,o poder,e o mais ser,
Não te valem absolutamente nada,
Nem uma pratinha furada!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A dor do passado...

Há um prisioneiro que grita,
E os meus pensamentos imita,
Choro de guerra,soluços de pólvora,lágrimas de canhão,
Dor constante no coração,
Distante da verde pradaria de onde saiu,
Pensa que de um grande abismo caiu,
Foi forçado á morrer,
Á do seu sonho correr,
Foi forçado á matar,
E o seu lindo sonho condenar,
Por que este era uma dor,
Dor pesada,
Dor pungente,
Dor daquelas fortes que dá no coração da gente...

E então entre horríveis trincheiras de realidade,
Ele então perde a vaidade,
E perde também a ilusão,
Perde o mérito e também a alusão,
E a dor dói incrivelmente doída,
E é aí que o coração está cheio de buracos como folha roída,
E entre explosões de amargor,
E bombardeios de terror e desamor,
Eis que ele vê a estrela...
A guia...
A esperança...
E então seus olhos voltam a brilhar,
Igual no dia de quando ele era tenra criança,
E então a esperança no seu coração começa á de novo brotar,
E a dor do passado...
Começa á amenizar,
Pois ele descobriu...
Que ainda pode tentar...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sentimentalismo...

Hoje acordei com vontade de ver o céu...
O mar,o gosto do mel,
A vida e sua plenitude,
A planície,
Sua vida rasteira e sua quietude,
De ver em meus olhos dois túneis do tempo,
Em que nada possa ser apagado,nem maculado,
E que o infinito seja o meu respaldo,
O clarão das estrelas seja o meu esteio,
E que o limiar entre o céu e a terra seja o início, o fim e o e o meio,
E que as ruas estreitas sejam minhas amigas de fé,
A quem confidenciarei os de segredos maré...
Escolherei para repousar,
Um lugar,
Onde o vento faz canção,
Onde as flores possam abrandar o meu humilde coração,
Onde as pedras sorriem,
Enfim,onde eu possa ter a paz,
Uns dias á mais...
Quero ter olhos de chuva para desaguar,
No de sentimentalismo mar,
Quero ser eu,quero ser luz,
Quero ser a que o vento conduz...
Quero implodir nas nuvens um pensamento de amor,
Que presenteiem o céu com rubra cor!
No entanto,só desejo,
Que o mundo seja um reduto de harmonia,
Em que reine a paz e a calmaria,
E que ceda lugar á todos,
Tanto á João,tanto á Maria,
E que também sempre nasça,
Um novo dia!!!!!!!

sábado, 18 de julho de 2009

Retratos da vida contemporânea (paralelo com o passsado)

Onde antigamente eu era feliz por não ter que ir á escola,
Hoje já percebo quanto prejudicial era aquela que faziam a horrenda ''cola'',
Onde antigamente eu era feliz por ter amigos que trocassem brinquedos comigo,
Hoje raramente os encontro,e eles nem tem a dignidade e o reconhecimento de me chamar de amigo!

Antigamente eu era lépida e fagueira,
Radiante e faceira,
Hoje sou mais velha e só falo asneira,
Antigamente eu era a mais feliz por ter ganhado a mais simples de presente besteira,
Hoje fustigadamente sou uma pessoa apressada,
Atarefada,e estafada,
Não acredito mais em duendes ou fadas.

Onde antigamente eu podia ver televisão e rir,
Hoje é o que me faz fugir,
Onde antigamente eu podia olhar para frente e dizer,
Não consigo ver nada,com esta alta gente,
Hoje já olho de cima,
E com a dos olhos menina,
Parece que fotografo meu passado.

Onde antigamente na ceia eu comia frango assado,
Hoje como um modesto ensopado,
Onde antigamente visitava-se os parentes e amigos,
Hoje não recebo ninguém e nem ligo,
Onde uma vez trocava doces papéis de carta,
Hoje sou aquela que as brigas aparta!

Enfim,na imensidão do passado,
E no progresso do presente,
Posso dizer que sou bem ausente...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Provisoriamente...

Provisoriamente,tentarei ser aquilo que gostariam que fosse,
O anão,o doce,
O elefante,o palhaço,
O triste felicitante olhar e o coração de aço,
O meu eu,minhas idiossincrasias perdidas jogadas ao léu,
A minha triste sina,descartada como uma putrefata folha de obsoleta de papel,
Tentarei neste dia ter tirado de mim o triste fel,
E encher minhas lúgubres tardes de doce mel,
Então todos me aplaudirão,dizendo então:
-''Esta pessoa modificou o seu coração'',
E eu inerte na consolação que nunca veio,
Espero entender onde é o fim,o princípio ou o meio,
Provisoriamente,tentarei dar fim aos melodramáticos fins de novela da minha cabeça,em que só eu sei,a dor que sentirei,
Ao saber que tudo aquilo que planejei,
Não o terei,
E terei então dois ''eus'',
Erguerei as mãos á Deus e pedirei:
Olha por estes homens,maus e bons,
Doentes e sãos,
E apazigua,por favor,o coração deles meu Deus,
Porque só eu sei como sofro,
Como morro,como tenho pesar,
De ver o homem-máquina,
O segredo do mundo tentando adivinhar,
E as regras todas acabando de quebrar!
Mas,provisoriamente,terei que ser,que ter,e que saber,
E que entender essa raça louca,
Que sã neste mundo é tão pouca,
A terrível raça humana,
Que de humana não tem nada,
E terei que inevitávelmente que subir a douda escada do progresso,
Enquanto os outros descem a temível escada do regresso,
E não me entendem,
Fazer o quê?...
Perdoá-los ou ignorá-los?
Provisoriamente...
Não sei...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Que nos dias vindouros...

Que nos dias vindouros,
Se colham os verdes louros,
Que se tenha o merecido ouro,
O anel de prata,
Que tanto me mata,
Não quero dor,não quero fúria,não quero guerra,
Só quero o reconhecimento após longa espera,
Quero ser aquilo,de que nunca pude ser,
E me ver morrer dignamente,
Ver que meu melhor amigo não me mente...

Ver a flor pequenina e sorrateira,
Virar linda roseira,
O cão que ladra,
E arrebenta a vidraça,
Me faz rir,cheio de graça,
Que todos patos voem para o norte,
Onde não esncontro minha sorte,
Mas talvez o encontre,
Entre flores e azevinhos,
Longas estradas e curtos caminhos,
Ainda verei o deboche e o escarninho
A mercê do descaso,
E que se finde o do ódio caso.

Que nos dias vindouros ainda continue minha emoção,
De aquela simples canção,
Tocar-me o poeta coração,
Ver que inefávelmente a grandeza não me envaidece,
Pois disto o mundo padece,
E peço com veemência,
A mais humilde clemência,
Para um caso...
Um caso simples de complexa demência!

De amor irresoluto,
Que não mostra seu suntuoso trajar de luto,
Que nos dias vindouros,
Eu tenha a capacidade,
De não ter como companhia a permissividade,
Mas tampouco a agressividade,
Mas que ao menos eu tente ser,
Uma pessoa agradável de se conviver!

Epístolas para o povo

Quando quiseres perceber a diferença entre a saúde a doença,
Mire-se ao espelho e profira todas suas indignações,
Verá que assim,não afetará os alvos corações,
E sim a si mesmo,
Que cairá em esmo,
Morto...
Torto na rua da amargura,
Sob uma digna escuridão,
E debaixo de um humilde papelão,
Submerso em arrependimento e miséria,
Sem sequer ter motivo para pilhéria,
E verá então que a maior dor do mundo não se vê,se sente,
E mesmo que tente,
Ela virá lhe raptar,
E em sua teia ela esmagar-lho-á,
Pobre,mas feliz,
Você não mais precisará,
Ser a estrela atriz,
Mas sim de um prato farto de comida e lembranças,
Da doçura das crianças,
De pessoas que lhe façam chorar e rir,
Que te causem nós na garganta de tão importantes,
Mas não tanto como aquelas que você amou antes,
Idas e vindas de um mundo avesso,claustrofóbico,
E então vê que o mundo diante de seus pés ganha aspecto macroscópico!

Eis que chega então,
A suave maresia,
O céu azul,
A te avisarem que aqueles serão os seus últimos dias,
Em que parará seu rancoroso e terno coração,
E que a saudade lhe dará a mão,
E partirá...
Puro ou não,
Mas perdoando de alma e coração,
Lutando pelo seu perdão e aceitação,
Mas,antes que se efetuem esses queixumes finais,
Queria lhes dizer,
"Não se igualem aos animais,
pois não somos assim tão banais,
A ponto de não perceber o que se passa,
Importando apenas si mesmo e não a toda massa"
E,por final enamore-se com a vida e com a alegria distinta que há em você,
Pois não creia somente no mundo,CREIA EM VOCÊ!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Paredes de pó...

Cadê vós que bradava pelos ''todos'',
Cade vós?
Para dar-me,conceder-me voz e coragem,
Para vencer estas máquinas,
Que maquinantemente tramam,
Cuidadosamente minha morte,
E se me salvo é por sorte...

Hoje desabou-se sobre mim paredes de rancor,
Tingidas pela dor e poeira,
Deus meu como falo asneira!
Mas é realidade,
Como pode alguém transcender a idade,
E com uma vontade assombrosa,
De vencer,
Sem ganhar menção honrosa,
Mas sim delicada rosa,
Indelével,
Intransponível,
Que de seu botão transbordam as mais puras verdades do coração...

Que essas malignas paredes de pó,
Não me façam ser sã,
E não mais ver essa criatura louçã,
Que é a natureza da manhã,
Criada de puríssima inspiração e gesto divino,
Desde o belo e elegante ganso
Até o desengonçado alevino,
Que eu possa,
Ser humana,
E enlamear-me numa de lama poça,
E gritar: Estou viva,tenho um coração pulsante,
Que a igualdade e a paz almeja a todo instante...

Que eu tenha a graça de ser a mão que retira o espinho,
Aquela que consola o escarninho,
O pão,a mesa e o vinho,
O eu, o vós e o eles,
Mas que eu não seja a guerra ''daqueles'',
Mas que as paredes cubram o mal de todos eles.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pensamentos submersos...

Existe em minh'alma um grito latente,
Exclamando:Tente,tente,tente,
E eu da minha vida tenente,
Me faço de sã á convicta demente,
E renego á voz,
Sendo assim poderosa,
Como o Mágico de Oz,
Não obstante,
Vejo na da vida estante,
Uns pensamentos fugidios,
Submersos,vadios na confusa estrada mental,
Mas confesso,que tudo isso para mim é normal,
Entre rosas e espinhos,
Eis que vejo escarninhos,
Mas também vejo carinhos,
Desses gélidos pensamentos,
Submersos no vento,
No céu,no mar,
Como uma espécie de bússola,
Dizendo-me e guiando-me para onde devo chegar,
Para um mar de dizeres ponho-me á caminhar,
E a douda estrada da lógica,
Me obrigo á estar,
Tendo pensamentos submersos ou não,
Sei que esta magia existe apenas em minha imaginação...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cogitação.

Entre noites mal dormidas,
E pessoas aturdidas,
Eis que vejo o clarão,
O almejado torrão,
O doce anseio,
O fim,o início e o meio,
E me submeto então,
Ao hábito da cogitação.

Penso e reflito,
Me perco e me encontro,
Deito e levanto,
Vejo dúvida em todo canto,
Mas sei que essa dúvida é anjo santo,
Que irá me salvar,
Minha toda vida irá mudar.

Na ação cogitativa então,
Penso nos males do coração,
Se eles realmente valem á pena,
Penso que minha grandeza comparada com o mundo,
É relativamente pequena,
Mas minh'alma é completamente serena.

Pergunto,reflito,indago,
E na solidão da amargura,
Me apago,
E fugidia é a alegria,
Que parece ter cisma comigo,
Oh!Cruel castigo!

E a Deus peço,
E esforços não meço,
Ah,ora essa,
Que acabe logo esta desordenada peça,
Chamada vulgarmente,
Como se costuma dizer:
VIVER!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Admoestria

No fundo do coração,
Como corcel juvenil,
Meu coração bate á mil,
Quando vê o pesado grilhão....

Já recordo-me de meus funestos sonhos,
Em que me aparecia,
Com um olhar quase que vítreo,
Mas com olhar de quem aprecia,
A noite,o luar,
Todo este mar...

Mas admoestria sinto,
Em demasia por ti,
Que pena...
Embora minha visão sobre ti seja pequena,
E sentada n'uma nuvem de nada,
Vejo-te vir á meu encontro,
Nesta apagada estrada,
De sonhos e de ilusão...

Sei que meu temor é um castigo,
Mas por favor,
Deixa-te ir comigo,
Que teus olhos fundos e vazios,
Sejam um poço de esperança,
Ainda que para tenra criança,
Que tua face atemporal seja o consolo dos inertes,
Mas que em meu coração,
A tua imagem sempre despertes...

Que o medo que sinto,
A admoestria,
Não impeça-me de ser,
O que eu gostaria,
Que o vento chicoteie meu rosto,
E que a brisa assobie doce canção,
Mas nunca,nunca,deixe-me cair,
No silêncio e no infinito da tua amarga imensidão.

Que cada dia e cada noite sejam um prêmio,
De vida e de morte,
De azar e de sorte,
De perdas e ganhos,
De ouros e estanhos,
E sejam acolhidos pela tua finitude infinita,
Que em particular acho deveras bonita...

Que tuas mãos gélidas,
Sejam o alento de quem chora e clama,
De quem odeia e ama,
De quem foi e vai,
Mas principalmente,daqueles á quem a vida mente.

Engano?Acaso?
Não sei.
Mas de uma coisa tenho e garanto a mais pura certeza,
De que por ti,com toda firmeza,
Sempre a maior admoestria terei.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tudo nessa vida é passageiro..








Nesta vida tudo é passageiro,
Basta olhar o que vem primeiro,
De dezembro á janeiro,
Este ano inteiro,
É passageiro pois passará...

E a minha linda memória?
Não viverá!
E os meus clamores por glória?
Então se findará!
E minha face cansada de tantas lágrimas derramar?
Se desfazer-se-á!

Que passado reluzente,
Ilustro em minha boca,
Sorrindo com os dentes,
E com os olhos de paisagem,
Vou como que dizendo:
''Estou só de passagem'',
E de bom futuro vou querendo.

Toda renda,toda cor,todo amor,
Será visto como percursor,
De toda a dor,
Que as entranhas que suspiram por paz,
Ah!Estas terão demais...

O mundo gira,o tempo passa,
E vamos nos livrando da forte carapaça,
E do algoz vamos nos chegando,
Sem risos ou chorando,
Pois sabemos que tudo nesta vida é passageiro,
Seja boi,ave ou cordeiro,
Pois não somos indeléveis,
Contrario,somos do mundo as criaturas mais débeis...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um dia..

Um dia chorei borbotões,
Arrastei os grilhões,
Ri dos turrões,
Observei de rosas os mais bonitos botões,
Mas de repente olhei me ao espelho,
E o que vejo???
Vejo o de ruir desejo,
Vejo o tempo,
Vejo a patuscada de outrora na minha menina dos olhos,
Vejo um de chaves molho,
Que abre a porta da luz,
Que me conduz,
Para um futuro que reluz,
Mas olho-me novamente ao espelho e o que observo?
Observo que do tempo fui servo,
E observo também minha expressão,
Ela somente é a estampa das carrancas que habitam em meu coração,
Observo que estou morta.!..!...!.
Absorta em uma teoria falha,
Em que a velha mente sabida falhou,
Em que a juventude de criança expirou,
Que o sorriso cessou,
E que aquela meta tão sonhada de chances acabou!
Mas agora não mais observo-me ao espelho e sim a mim mesma,
Que fiz de mim???
Que vivi de sombras,de carona na cauda de muitos ''cometas'',
Este é um erro que não queres que eu cometa,
Mas eu no desvario das horas inquietas cometi,
Renasci de cinzas quando fui,ainda que por um momento eu mesma,
Ainda que em confusões me meti,
Vou-me,fui-me com apenas uma garantia,
Nenhum dos olhos desse mundo meu Deus,
Mais do que o meu quando a felicidade via,
Luzia!
E que quando encontrava a solidão,
No silêncio do coração se recolhia,
Ninguém,oh meu Deus poderá sentir todas dores que eu sentia,
E que via,
O sofrer,o penar,e quando por fim achou,
Que não iria nunca acabar,
ACABOU!!!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Cascabulhos...

De que me adianta na vida,
Ser a pessoa querida,
Encontrar cascabulhos,
Abafar surdos barulhos,
Amarfanhar papéis que não quero ver,
E comprar jóias pelo cascabulho inevitável,
De um ser amável,
Que só as vende para a vida ganhar,
E eu ás compro para as contemplar...

E de que me adianta protestar,
P'ro povo ao outro mais amar,
Se tudo que desejo,
Alguém acaba de em cima pisar,
De que me adianta,
Ver gorda anta,
Passar pelo caminho,
E o meu eu ser tão sozinho...

Cascabulho vai e cascabulho vem,
Eu sou assim e não incomodo ninguém,
Mas sobre tudo eu sei amar á quem,
Quem sabe o que quer,
O que quis ter,
E tudo que quiser,
Pois a vida é determinante para morrer,
A vida só é vida pra quem sabe viver.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O dia em que fui feliz...

O dia em que fui tomada de felicidade,
Tem total veracidade,
Pois quando fui feliz de verdade aprendi á me amar,
E aos meus prantos mais valorizar,
Quando fui feliz de veras,
Rememorei antigas eras,
E tomei perspectivas de novas eras,
Desmontei antigos conceitos pessoais,
Preceitos,ambições e tudo o mais...

Simplesmente peguei o caminho mais curto e ensolarado,
E escolhi para caminhar ao meu lado,
Não sei quem,
Mas que sei muito bem,
Ilumina meu olhar,
E que no céu faz as nuvens dançar,
Este astro e galã,
É o rei sol,
Dono da beleza mais louçã...

Entre noite e manhã,
Cada vez mais tenho certeza,
O dia em que fui feliz de verdade,
Com toda a firmeza,
Aprendi a mais escutar,
E menos resmungar,
A mais ver,
E menos pensar,
A mais refletir,
E menos mentir...

Pois assim se constrói aquilo de que eu amo,
Vida inteira,
Páginas de um livro puídas pelo amargor de um mundo,
Mas em um segundo,
Torna-me lépida e fagueira,
Oh!Vida!
Chama que quero que ardas flamejante eterna fogueira.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Entreatos de um filme sem fim...

Hoje observei o mais incerto dos filmes na tela do coração,
Se tratava ali de minha vida uma grande confusão,
Que de paz e guerra é pura fusão,
E de quimeras é castelo,
E de castelo é ilusão...

Entre pequenos intervalos,
Parecia-me correr á cabeça um plantel de cavalos,
Entre atos e entre atos,
Os nós da minha cabeça parece que desato...

De sangue púrpura manchei o chão,
Mas sangue era esse,
Da pura dor do coração,
E esse sangue provinha dos ferimentos em que,
Dilacerado meu coração,
Tinha o pesado grilhão.

Mas voltando ao filme dotado de muita realidade,
Percebi que do trecho anterior senti muita saudade,
Saudade essa sem fim,
Saudade essa habitante antiga dentro de mim,
Faço o que se sou assim?

Entreatos de um filme sem início e nem final,
Estágio completamente terminal,
De uma poesia,
Que vai além do doce e do sal,
Que ama o bem e odeia o mal.

sábado, 28 de março de 2009

Harpa de cordas azinhavradas

Existe um harpa de cordas azinhavradas,
Mas dessas suas cordas saem lindas entoadas,
Que aos ouvidos agradam,
E os males estragam,
Pois lindas melodias eu ouço,
E todas elas me libertam do horrendo calabouço...

Harpa celeste,
Oh!Deus que lindo presente me deste,
Ecoa no céu destemido,
E o canto dos pássaros perto dela,
Passa desapercebido!

Logrando assim toda a poluição sonora,
Que só nos faz sentir bem na hora,
Mas esta harpa tem em suas cordas pura magia,
Coisa que ninguém jamais esqueceria...

Som límpido e claro,
Me fazendo esquecer,
O sabor que tenho em minha boca amaro,
Assim sinto-me mais capaz,
Para enfrentar as agruras da vida,
E encontrar nesta música um pouco que seja de paz...

De doçura e esplendores infinitos,
Parece que posso sentir e ver o meu sonho mais bonito,
E assim grito,
Clamo pelo que é bom,
Clamo pela permanência do mundo deste belo som.

sábado, 21 de março de 2009

O passado presente...




Passado,passado,
Será que ainda podes ser meu presente?
Ainda que esteja no sorriso de um que amo ente,
Ainda que esteja no florir da primavera,
Me faz rememorar uma outra era...

Se não puder eu um dia recordar,
Que de um velho jornal eu possa recortar,
Todas aquelas coisas boas para a alma olhar,
Ou que ao menos eu tenha a felicidade,
De poder olhar ao espelho no meu rosto a ação da idade.

Que o passado seja tão presente quanto o agora,
E que todos saibam que pelo bem sempre há alguém que ora,
E que de atualizar-se perde a hora,
Passado,passado,será que ainda podes ser meu presente?
Ah,ficaria em demasia contente...

E,por mais estapafúrdia que esta poesia pareça,
Toda a nostalgia ela transpareça,
E numa trança de ilusões,
De passados floridos e ao mesmo tempo canhões,
Se iludem muito os pobres corações...

Mas qual nada,
Eu sei seguir muito bem pela minha estrada,
E do passado lembrar somente com carinho,
Embora tudo conspire,
Para que o meu ''eu'' seja sempre sozinho...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Comboio celeste

Oh!Comboio celeste,
Que lindas visões me deste,
Por uma escada rupestre,
Subo ás maravilhas constantes,
Junto ás nuvens que se desfazem em instantes...

O comboio celeste anuncia,
Que o mundo salvo seria,
Que o alvo orgulho angelical,
Desfaça do mundo todo o mal.

Comboio celeste de justiça suprema,
Julga esse mundo,
Que em um segundo,
Se faz de forma pequena.

Penso que estou feliz,
Tenho a graça de que uma bela borboleta,
Pouse em meu nariz,
Pela a proteção dispensada pelo comboio,
Acredito até de fazer ver um cego de um olho...

Ouço cantos faustosos ecoando no céu,
E sinto dentro de mim,
Um sentimento doce igual ao mel,
Pois o comboio celeste é um mistério sem solução,
Mas tem todas as respostas para todos os problemas do meu coração.

terça-feira, 17 de março de 2009

Aroma de flores sobre um velho livro...

Hoje vi um velho livro de vivências sem igual,
E encantou-me de tal maneira fora do normal,
Pelo seu peculiar aroma de rosas,todo natural,
E sem claudicar afirmo,
Que é a cousa mais bela,
Cheiro de rosa amarela...

O relógio já soa,
Como que afirmando,
"Isso é que é coisa boa!"
E voa o gavião,
Com uma rosa no bico,
Despertando-me assim,
Encantamento no coração...


Talvez amanhã,
Eu tenha a felicidade louçã,
De sentir o encantador aroma de flores,
Sobre meu velho livro,
Que dotado de beleza,
Possui todas as cores...

Alojando-se em meus pulmões,
Esse aroma,
Já fez balançar inumeros corações,
Mas ao meu só me encanta,
E parece que canta,
Com uma voz faustosa,
Com aroma de rosa cheirosa.

Nem sei se estou aqui ou lá,
Nem sei se canto ou se paro de cantar,
Mas de uma coisa eu sei,
Que o amor no coração,
Desperta-me para tudo o que já amei,
E o que amei e ainda amo,
É a vida,
Que de rios,
Agora corre em canos...

domingo, 15 de março de 2009

Estrelas prateadas de papel

Oh!Esta noite olhei para o céu,
Vi lindas estrelas prateadas,
E,vejam só pareciam de papel,
Esbanjando a doçura do mel,
Pareceu-me esquecer a amargura do fel...

Honrada fico em poder contemplar tamanha beleza,
Esplendor criado,
Em detrimento á natureza,
Nos presenteando com seu silente brilhar,
Mas o que mais me encanta é o seu reflexo no meu olhar.

Com o céu retinto,
Adocicado como um copo de vinho tinto,
Como purpurinas banhadas em brilho,
Vejo que a lua olha para o mundo,
Com o amor de quem olha para um filho...

E assim nesse encantamento,
Vejo entre a lua e as estrelas uma promessa de casamento,
Casamento de em demasia brilhante,
Oh!Estrelas de prateadas de papel,
Lanças sobre mim teu olhar cintilante...

sábado, 14 de março de 2009

Letras douradas no chão

Ode á vida,
Coisa que em demasia deixa-me aturdida,
E a morte soa me como uma fábrica falida,
Que nunca mais irá abrir suas portas,
E seus empregados andarão por ruas tortas.

E as sinfonias mortas,
Que nos batem ás portas,
E como que lapidassem,
Letras douradas no chão,
Avisando assim que á morte chegara ao teu coração.

Mais que depressa tentamo-nos esquivar,
E com toda pressa queremo-nos reavivar,
Mas as letras douradas,
Agora não nos significam nada,
Só o que fomos,
E o que agora recordamos...

Nada mais declaro,
Pois já vejo se dissipando o claro,
E agora vejo que o preço da vida subiu,
E está muito caro...

terça-feira, 10 de março de 2009

A cartilha da felicidade...

Hoje revirando n'uma pilha de velhos papéis,
Descobri uma coisa que vale mais que muitos de ouro anéis,
Vale mais que carro importado,
Mas em dinheiro vale menos,
Que um cobre azinhavrado.

Foi então que percebi,
Que aquilo eram escritas,
E por sinal muito bonitas,
Honremos essas sábias letras,
Que são mais doces que rubras cerejas.

E que assim seja,
Leiamo-as com cuidado,
Para que o perigo do ódio seja afastado,
Mas ora veja,
Não é uma leitura que vos deixa estafado,
E sim vos deixa um tanto mais animado.

Parece com uma cartilha,
Mas essa já percorreu muita milha,
E todo mundo já a leu,
Só que a rasgou ou dela se esqueceu...

Esse pedacinho de papel de faz-de-conta,
É a felicidade,
Que não é brinquedo que se monta e desmonta,
Mas sim vos trás momentos bons,
Que se conta e reconta...

Não sei,o destino...

Não sei se devo seguir o caminho,
Em que manda-me o coração,
Se optarei pelo sim ou pelo não,
Se tocarei a mais bela canção,
N'um banjo ou n'um violão...

Se o delírio dos dias infindáveis,
Me arrebatará de monotonia,
E numa seresta fria,
Se mostrarão confiáveis.

Quando tange o sino,
Não sei se penso em meu destino,
Ou se vôo para o nada,
Se assim for trilharei a minha estrada,
E por sinal muito animada!

Mas...
Se um dia porventura findarei,
Do mundo não esquecerei,
Mas dos tantos dias infortúnios,
Ah...Isso não sei...

Não sei também se caminharei á passos largos ou curtos,
Se serei fugidia,
Dos sentimentos da agonia,
Mas farei frequentadora assídua de meu coração a alegria,
Mas de imediato não sei,
Se sou ou se serei,
Se vou ou se irei,
Só sei de uma coisa,
Que a vida bem eu viverei!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Somente amanhã




Somente amanhã terei reluzentes memórias,
Do hoje as famigeradas histórias,
E amanhã serei bela,
Rodeada de cometas,
Estrela d'alva como no céu aquela,
Ainda que não me remetas,
Ao alvo e fulvo,
Fulgor de novas manhãs,
Quero conhecer as alamedas mais louçãs,
Quero ser digna de saborear a mais lustrosa e rubra das maçãs,
Que as cortinas que encobrem o tempo,
Sejam puídas,
Rasgadas,
Destituídas,
E que eu tenha a graça e o dom,
De no dia de amanhã,
Saber cantar no tom,
E que somente amanhã,
Eu veja que nem tudo é escuridão,
Que no coração de todos brote uma doce ilusão,
De caminhos entreabertos,
De escolhas mais sinceras,
E que assim seja,
E então serei feliz de veras!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Relva fresca da manhã

Relva fresca da manhã,
Vem mostrar-me o louçã amanhã,
Onde o sabiá vai chilrear,
Com passos de voz de animar...

Relva fresca da manhã,
Inspira-me para livrar-me dos pesados afãs,
E faz com que minhas vespertinas caminhadas,
Sejam saídas de becos,caladas,
E as gravuras nas calçadas,
Sejam como ver o céu estampado no chão,
E que desanuvie assim meu coração.

Relva fresca da manhã,
Que venhas com teu cheiro acre e adocicado,
Alegrar-me um bocado,
Abrir meus olhos para o mundo,
Sem perder nenhum segundo.

Relva fresca da manhã,
Que tua composição natural seja para mim como um bálsamo,
Que emana da terra,
Em meus pulmões faz morada final,
Coisa que não se erra,
E é de beleza sem igual...

Mas,sobretudo,
Não me deixes ficar mudo,
Para o nada,
Para o tudo,
E venha com teu doce cheiro,
Me fazer em mente,
Viajar o mundo inteiro.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Aspas de uma frase inacabada




''Dediquei-me ao árduo trabalho,
De uma frase crítica escrever,
De feito histórico,
De qual ainda nem planejava nascer,
Motejos á parte,
Representei minha vida como um belo encarte,
Antecessor de bem-viveres futuros,
Que ultrapassasse dos medos e pavores os muros,
Mas,com murros quebrei,
A redoma de cristal,
Coisa de se cegar,
Feita para tal.

Então gritei e decidi,
Que as ''aspas''que botei na felicidade da minha vida,
Hoje me trouxeram até aqui,
Então de toda a forma pensei:
Se minha vida não é demas longa,
E nem hoje morrerei,
Pelo que sei,
Posso terminar a frase do meu viver,
Com um lindo sinal de saber ?
Ou um ponto final para de tudo se esquecer.

Nem hoje nem amanhã,
Quero hoje,
Que a revoada de pássaros pelo céu carmim,
Me acorde amanhã,
Tirando estas aspas de sobre mim,
Que eu,ao menos seja livre,
P'ra decidir sobre o meu não ou sobre o meu sim,
Que num claro futuro,
Eu possa trilhar um caminho,
Com um belo jardim,
E eu possa ter a graça de inalar o doce cheiro de jasmim,
Sem nenhum escarninho,
Pelo meu caminho...''

segunda-feira, 2 de março de 2009

Meu temor...

Meu temor,
É que o amanhã chegue sem amor,
Que os balouçantes sinos parem de repicar,
Meu temor,
É que amanhã eu tenha idéias das quais posso descartar,
É tudo sobre o que eu nem posso sonhar,
E se eu tentasse esquecer,
E se eu tentasse tentar,
Pois não posso por isso morrer,
Que seja ao menos o amanhã faustoso,
Não preciso de jóia preciosa ou de diamante lustroso,
Mas que meu temor evapore-se,
Condense-se,
E saia pela janela do descaso,
E que meu caso tenha solução...

Que meu temor seja para mim,
Como um reflexo n'água,
Que vejo mas desaparece,
N'um piscar de olhos,
Assim...
Que as labaredas da coragem,
Me deêm toda a aparelhagem,
Para lidar com meu temor,
Que se cura com?amor?
Se cura com voz firme,
E olhar altivo,
Mas sobre tudo o orgulho,
De estar vivo...

domingo, 1 de março de 2009

Azul talássico-infinito...

Pus-me a contemplar o redemoinho que as águas faziam,
Numa dança fria,
Dotada,porém,de muita alegria,
E o que eu naquele momento sentia,
Era todo o despejo de minha monotonia...

E,olhando o mar com olhos de pérolas,
Descobri que o mar guarda segredos inimagináveis,
Desde navios naufragados enferrujados,
Até os peixes,belos e amigáveis.

Numa cadência de corais,
Coisa que vi jamais,
Encontra-se uma água azul-talássico,
Demonstrando todo o seu poder clássico,
Seu furor tempestuoso,
Capaz até de deixar um grande tubarão nervoso,
Com seu ímpeto luxuoso.

Netuno e Posseidon,
Rendem-se,
A toda sua magia e o seu dom,
E á mim só resta pela beira da praia olhar,
E tentar fazer uma idéia de que lindos segredos guarda,
Esse azul-talássico do mar....

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Paisagens de outrora...



Ah!Doce ar de montanha,
Que entorpece até mesmo a mais venenosa das aranhas,
E nestas circunstâncias,
Ponho-me á pensar,
Que ás minhas ânsias,
Á quase todas tive que recusar,
Aos medos recuar,
Mas não por força de vontade,
Mas sim por que vem chegando-me a idade,
E tem de se aprender,
Que a vida não é somente debuxar,
Mas em sua essência escrever,
Se se quiser viver...

Então as paisagens de outrora,
Inundam minha mente demasiadamente saudosa,
Pintando em minha cabeça,
Uma linda e aquarelada aurora,
Que nessa festa de cores,
Vem fazer esquecer das inúteis dores,
E assim me faz viajar,
Por detrás das colinas,
Antes de inventarem as bonecas com que brincam ás meninas...

Assim caminho desviando dos ponteiros do relógio,
E se tenho saudades?
Ora,é lógico,
Mas mais que saudades de pessoas,de fatos,de cidades,
Tenho saudades de feitos bravios,
De emoções em rios,
Do mundo em flor,
De toda a andança,
Que fiz desde criança,
E principalmente da dança,
Dança essa do viver,
Que até hoje sua coreografia,
Não consegui entender...

Relicário

Hoje eu acordei com vontade de lembrar-me,
Dos dias infindáveis de outrora,
Em que na hora,
Os olhos tem de enxugar-me...

Pois é tamanha emoção,
Que não me cabe ao coração,
De entrar nesse relicário,
Nas linhas da minha mão,
Vive esse passado,
Passado em demasia por mim lembrado...

Brado então,
Cantigas e fados,
Para relembrar esses áureos passados,
Que são como pássaros,
Donos de seus destinos,
É como ver a felicidade nos olhos de um menino...

Minh'alma clama,
E á todas as memórias,
Praticamente que ama,
E faz peso,
Desse tempos modernos,
Em que se escondem pútridas mentes,
Com e por de trás de lindos ternos.

Que venha então,
Os tempos de poltrão,
Em que nada do outro quer se saber,
E até de si próprio,
Corre o risco de se esquecer...

Por isso guardo minhas memórias,
Num relicário imenso,
Que não tem fim nem começo,
Mas que trago comigo a certeza,
De que guarda lindas histórias...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

As muralhas de meu coração

Meu coração pulsa de forma descontente,
E por mais que se tente,
Brilho e luz ele não ganha,
Seu batimento como uma voz rouca as paredes arranha,
E no luzir de mil estrelas,
Eis que o brilho de uma falhou,
E por esta que as muralhas de meu coração desmoronou.

Naturalmente que volte a pulsar com alegria,
Mas estraga absolutamente tudo essa típica monotonia,
E,como uma descompassada sinfonia,
As muralhas de meu coração são derrubadas,
Escritas,depredadas,
Pela ação do tempo,
Sino que tange á meia-noite,
Como um açoite,
Que corta minhas faces,
E eu me indago:
O que fazes?

Essas muralhas não são de ouro nem de cobre,
Mas são mantidas pelos sentimentos mais nobres,
E sua caída,
Representa toda minha indignação,
Com este mundo,
Que leva aos pés um pesado grilhão.


Toda a vida em um segundo,
E penso o que vale ''tudo'' para o mundo,
Nada,
Pois o mundo é feito de cada,
Escolha minha ou sua,
Tanto faz se se more em palácios ou nas ruas,
Mas as muralhas do meu coração,
Não tem um quilômetro,
Nem um milhão,
É do tamanho suficiente para estampar todos os sentimentos,
Coisas do passado ou coisas de momento,
Mas...
Sentimentos...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Amanhã

Amanhã tenho fé,
Que a suprema luz guie os meus pés,
Que a genialidade de tudo permaneça,
Que o amor floresça,
Dos mais nobres corações,
Que amanhã,
Sejam quebrados os pesados grilhões,
Que tudo que se ame,
Continue,
E tudo que se desgosta se atenue,
Que possa eu ter a quimera,
Do bem viver na nova era,
Pois o tempo não me espera,
Para a extenuante caminhada involuntária,
Conduzindo-me assim,
Para desconhecida área...

Que amanhã eu tenha a graça,
De alimentar os pombos arrulhantes na praça,
Que eu tenha o dom de saborear uma rósea maçã,
Que eu tenha o dom de ver a mais das fadas louçã,
Perante todas as conjunções futuras,
Representantes do amanhã no alfarrábio,
P'ra mim já estão mais que maduras,
Na hora de cair,
E se esquecer da queimadura do amanhã,
Sobre o vasto arquivo de nossas mentes,
Nos fazendo assim doentes,
Sedentos por um novo amanhecer,
Para assim o futuro incerto conhecer...

Insuflando em meus pulmões um novo ar,uma nova vida,
Recuperando as forças do ontem perdidas,
Amanhã,amanhã,
Chegas logo para desanuviar,
Uma dor que acabo de comprar,
E chegas também,
Para dizer á mim,
Que uma vida não vale mais que ningúem,
E que vens á todos,
Não olhando á quem...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Inebria-me

Inebria-me a sombra dos fatos,
A lua redonda,
Ilumina os gatos,
Na solidez de tudo,
Afirmo que é de se ficar mudo,
Toda tontura,
Do mundo são nossas razões,
De todos corações,
De sentimento é tortura.

Inebria-me a sinceridade da lua,
Em decretar seu amor ás montanhas,
Beijando-as,para dar lugar ao sol,
De tamanha beleza arrebol...

Inebria-me a razão da terra,
Em deixar crescer,
O que terá motivo certo p'ra morrer,
E que é tão bondosa de deixar em sua superfície meu ser e tantos outros viver..

Inebria-me o perfume suave das flores,
Tantas enfeitam o fim como o início de belos amores,
Outras enfeitam a morte,
Dando-lhe um ar mais sereno,
Morte essa que a gente tem de se acostumar desde pequeno.

Oh!Mas se pudesse eu agradecer ao mundo suas belezas,
Deus,nem seria cabível á minha natureza,
Natureza de desfalecimento perante,
Tanto esplendor,
Que até trás-me dor,
Em pensar que um dia fecharei os olhos para toda essa graça,
E então irei ver os pombos da praça,
No alto...
Bem no alto...

Inebria-me tudo,
Inebria-me o nada,
Inebria me o pouco,
E inebria-me o cada,
Inebria-me o caminho,
Que sigo por esta estrada...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Salto p'ra eternidade...



Hoje mesmo estava perdida,
Aturdida,
Pelos amargores do viver,
E pensei que se relembrasse de bons momentos,
O tempo parado podia ser...

Mas qual nada,
A realidade jogou-me suas tranças,
E que realidade mais pesada,
E assim as lembranças faziam na minha cabeça incontáveis danças...

E assim iludida,
Confiante e bem vivida,
No quesito,
De o tempo passar,
Dei-me á cara amarrotar.

Assobiei uma velha canção,
Aquela que tinha em meu velho coração,
Mas derrepente,
Me vi presa á aquele tomado de estupor grilhão.

Então adormeci na cauda de um cometa,
E pude assim evitar que no perigo do esquecimento eu me meta,
Vi,revi,
E por fim outra vez vivi,
Assim como a garça e o flamingo,
Esvoaçantes nos céus,
Num gracioso e estupendo domingo.

Senti-me possuidora de toda a leveza,
Da graça de rever,
A natureza de meu viver,
Que beleza lembrar,
Que triteza esquecer,
Queria poder para eternidade saltar,
E para o esquecimento morrer.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O que sou...

O que sou hoje nada mais devo,
Á quem não vejo,
Mas é como de quatro folhas um trevo,
Que não me deixa esmorecer,
E não deixa meu dia escurecer,
Que me faz ter coragem,
Quando julgo destruída minha imagem,
Que faz o vento balouçar meus cabelos,
E despede-me dos pesados grilhões,
E de boas novas,
O meu coração arrebata em milhões,
Que guia meus frágeis pés,
Bendita luz que és,
Á ti só tenho o simples pedido:
Devolve á luz aos fracos,
Recupera-me o perdido,
E faça elogiado,
O que se sente ofendido,
O que sou?
Sou criatura de extrema saudades,
De outros tempos,de outras idades,
Mas o que sou realmente,
Se resume á ti,
Que rege meu corpo,alma e mente.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A Inconstância



A inconstância é bicho solto,
É o sentimneto de liberdade morto,
É tudo aquilo que eu não sei explicar,
É tudo aquilo que não se pode escapar...

Não é sentimento,
É puro momento,
É vento que bate e volta,
É rua certa e torta...

Conheço e desconheço,
Este elemento,
De momento,
Que é razão de tanta poesia,
É como a maresia...

Inconstância,
É o sim e também o não,
É o firmamento e o chão,
Mas sobre tudo é toda incerteza
E toda razão.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Minha Palavra

Minha palavra,
Eu já disse,
Que por mais que se sorrisse,
Nada mudaria,
Tudo findaria,
O sol se esconderia...

Minha palavra,
Não é incorrigível,
Mas minha mente é bem legível,
E disso faço qualidade,
Desmonto toda uma cidade,
E o que importa minha idade?

Se o mundo cair quem vai segurar?
Ninguém,
Exceto se alguém,
A palavra paz pronunciar,
Essa é minha idéia que acabo de pensar,
Resumindo:
Essa é a minha palavra,
Que tenho amor em expressar,
E dou fé em assinar.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ontem

Ontem já se foi,
E o que resta é toda uma melancolia,
Como um tonel de água fria,
Igual a toda a monotonia...

Ontem é passado,
Esquecido,enterrrado,
Morto,relevado,
Irrelevante para mim,
Mas para fundir meus pensamentos é o sim.

É tudo aquilo de que não posso lembrar,
É toda dor que muito custa á passar,
É a avenida que nunca mais irei cruzar.

Sintetizando o amargo doce das lembranças,
Em minha cabeça faz várias danças,
Cantigas,sonetos,serenatas belas,
São muitas janelas em uma só,
Mistério puro como o canto do curió,
Isso é o ontem,
Passado inerte,
Escolha para que eu sempre acerte...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A folha em branco


















Existe uma folha em branco,
No livro de minha vida,
Mas a esqueci num velho banco,
Uma parte de mim querida...

Suspirei por entre velhos mares,
Respirei então novos ares,
Pelo esquecimento de não escrever nesta página do viver...

O rosto do sofrimento,
Assola-me por um momento,
O que era obrigação escrever n'aquela folha,
Já caiu no esquecimento.

O vento chicoteia minhas faces,
E eu me pergunto:
O que fazes?

Por que tortas ruas têm andado?
Que doudos costumes têm estudado?
O dito é dito,
E o falado é falado,
E a folha,
Branca,
Esquecida,
Por onde tem andado?

Horizonte

Hoje pus me á olhar para o horizonte,
E percebi que as estrelas sempre desaparecem,
Por mais que eu ás conte...

O horizonte no céu só me inspira,
E a cabeça dos doudos pira,
Pela incompetência de não entender,
O que o firmamento quer nos dizer.

Horizonte,
Carmim,
Aroma de jasmim,
Perfuma todo meu mim,
Faço o quê?
Se sou assim?

Minha poesia é clara e bela,
E também é a minha janela,
Janela para o horizonte,
O meu horizonte,
Que eu desejo que a estrela da paz
Desponte,
Horizonte...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Hoje jaz aqui...



Hoje jaz aqui,
Em meu coração,
Um antigo sonho,
Que vi escorrer pela minha inerte mão,
Pus em tantas folhas encadernadas,
O meu grande querer,
Mas vi que estas folhas hoje estão todas enlameadas,
Pela lama fétida do desistir e do perder,
E no pântano de acre cheiro,
Vi todo meu desespero,
E com a cabeça maneando,
Do meu sonho antigo me despedi chorando,
Hoje jaz aqui,
O que um dia já nasceu,
E hoje na secura do solo de meu coração,
Brotou e morreu...
Não me faço questões de nenhuma espécie,
Só queria mesmo que se soubesse,
Que por mais que se quisesse,
Neste ingrato canal de ilusões,
De balouçantes corações,
Não poderia evitar que se caísse em raras e fundadas decepções,
Então hoje jaz aqui,
O que um dia já guardei com carinho,
O que um dia me rendera escarninho,
O que um dia calou o que me foi dito,
O que hoje só quero esquecer,
E um dia apenas me lembrar,
Como apenas aquilo de que eu gostaria de ter,
Mas no meu coração,
Hoje está a jazer...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Despertar

Despertar,
A janela p'ra amar,
O meu jeito de aceitar,
O sol ao horizonte deitar,
É o meu despertar...

E se eu me desesperar,
Quem virá me despertar,
O mecânico relógio?
Ou a minha mente inerte,
Nada que o meu coração concerte...

Há um só jeito de despertar,
Escolher entre o ter e o tirar,
Entre o tentar e o acertar,
Pois meu caro amigo,
A vida de escolhas é um mar!

Nada é para sempre,
Nem eu,
Nem julieta e nem romeu,
E o despertar,
É o da poesia apogeu.

Desperto eu,
Despertas tu,
Despertais vós,
Porém dos sonhadores,
O despertar é o algoz...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A face oculta



Existe uma face oculta,
Que cobra-me sempre uma multa,
Não o bem vejo,
Mas sei bem seu encejo,
Encejo para o bem,
Não sei se se parece com alguém,
Mas tenho a certeza,
De que me acompanha de natureza,
Sua ajuda não posso ver,
Mas n'ele sei que posso crer,
Meus olhos não são suficientes para vê-lo,
Mas sei que por mim têm muito desvelo,
Suas mãos me conduzem pela senda florida,
Seu sopro faz a minha vida ser mais bem vivida,
Sua grandeza,não me assusta,
É meu esteio para mais uma luta,
Ser que não sei descrever,
Mas que é Todo-Poderoso,
E lá,
Naquele livrinho pequenino e empoeirado de meu viver,
É que pode escrever,
E que me acompanhará até morrer!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O distante

Distante é o instante,
É cada segundo sem respirar,
É cada segundo sem poder o céu contemplar,
Distante é o olhar,
Que me remete ao passado,
Noite e dia sem cessar,
Da estrada tortuosa,
Até a mais bela rosa,
Sinto distante caminhar,
E a passos largos distanciar,
De tudo o que é tudo,
E de nada que é nada,
Só sei que é longínquo e distante,
O percurso desta estrada...

domingo, 18 de janeiro de 2009

O divisor de águas...

Deparei-me com tal situação,
Que á muito desagradou meu coração,
Vi que a solução escapa-me da mão,
E que o sonho está bem ali ao chão,
Chão de brilhantes e outras pedrarias reluzentes,
Mas de tudo isso bem ausentes,
Figura de linguagem para a beleza de tal expressar,
Mas que ao mesmo tempo me incapacita de enxergar,
Eis que então surge um divisor de águas,
E afasta todas essas e muitas mais mágoas,
De nome felicidade,
Provedor da mocidade,
Capaz de colorir toda uma cidade,
E esta não viria por meio da paz,
O maior divisor de águas do planeta,
Que não é sentimento
E assim o cidadão a sua parte faz,
Por que o mundo meu de divisor de águas é assaz.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Quem sabe?

Na minha vida eu cansei de escutar,
E desse dito tempo apanhar,
E decidi dar chance,
Á dois vocábulos que a vida dão nova nuance...

Quem sabe?
São os dois a mistura da completa indecisão,
Ou são os amargores da realidade ou as doçuras do coração?
O que me faz sonhar,
O que me faz em mágoas afundar,
O que pode os meus medos afogar,
Acaba de no meu coração refugiar.

Duas palavras,
Muitos caminhos,
Serão inanimadas pedras,
Ou tontos moinhos???

Quem sabe?
Quem saberá,
Quem não desconfia hoje,
Da fonte da verdade amanhã,
Não á beberá,
Quem sabe o que será?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

As escolhas da minha vida...

Um dia a gente tem de escolher,
Entre a razão e o querer,
O sofrer e o viver,
Mas eu já decidi,
Do meu penhasco eu já cai...

Mas agora não mais cairei,
Pois minha vida eu rumarei,
Do penhasco esquecerei...

Dos cristais reluzentes me apoximarei,
E lágrimas peroladas chorarei,
Mas chorarei pelo fim da escuridão,
Que assolava tão ferozmente o meu coração.

As minhas escolhas eu é quem sei,
E as agruras interiores acabei,
Os bons pensamentos implodi,
As minhas idéias todas,
Para o mundo expandi e explodi!

O meu destino,
Não precisa ser adivinho para saber,
É incerto,
Disto sabe até um menino!

Faço clara menção em minhas fartas linhas de poesia,
Que serenatas de comprometimento á vida,
Eu faço e fazia,
Mas sempre com o frio em minha companhia,
As escolhas da minha vida,
Refletem somente em mim,
Oh!Alma por mim tão querida!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A incerteza e seus múltiplos graus.

A incerteza é bicho de sete cabeças,
Disto nunca te esqueças,
E tem tantos estágios como uma prova,um jogo,
No início pode ser bem bobo,
No meio pode te fazer perder o bonde,
E no final,
Você se pergunta:
Minha vida,eu deixei aonde?

Tem mais graus do que um de óculos grosso vidro,
Tem mais estágios do que supunha essa sua mente,
E por mais que tente,
Esses mistérios não há quem os reinvente...

É,pois a incerteza é bicho acanhado,
É como chover no molhado,
É procurar o que já foi achado,
É perder seu legado.

Muitos dizem que ela é condição,
Outros já falam em mal do coração,
Muitos dizem que ela nos empobrece,
E que da convicção a gente esquece,
Mas a incerteza,ninguém a merece.

Tem graus e estágios múltiplos,
Mas,meu caro amigo não te assustes,
Pois a incerteza é como que alguém te furtes,
Tudo se perde,mas após se conquista melhor,
E com a incerteza se conquista uma certeza convicta para vencer o pior.

Viagem sentimental...




Hoje o relógio de minha algibeira soou,
Me desepertando para o que realmente sou,
Viajei para longe,
Retirei-me como o pobre monge,
Minh'alma não me é engodo,
Do meu eu conheço todo.

Fiz então longa viagem,
Que me remeteu a belíssima paisagem,
Que o arvoredo passa ante meus olhos,
E as chaves da vida aos molhos tilintam,
Ainda que os indignos não sintam,
A vida é presente para os que falam,
E castigo para os que mintam...

Vi boi,
Vi boiadeiro,
Vi lobo
E vi carneiro,
Refleti então,
Que a bondade vem primeiro.

No céu da minha viagem,
Tinha pássaro com muito bela plumagem,
Tinha galinha d'ouro,
Tinha ganso,
E de contar esta longínqua viagem eu não canso...

Mas tinha também coração,
Viagem para o centro deste,
Com muita fé e esperança,
Encontro em mim a velha criança...

Com rima ou sem rima,
Digo que se olha para cima,
Se tropeça mas não se cai,
Nessa viagem sentimental aprendi,
Que a tristeza é passageira,
E que para a vida é só sorrir,
E que todo o mal sai...





quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Redemoinho...

Passou aqui um redemoinho,
Carregou consigo tudo,
Pedra,árvore,moinho,
E carregou também meu coração,
Fez a situação escapar da minha mão,
Fez o meu espírito de alegria ficar mudo,
Assim todas as coisas valiosas aspirou,
Só escombros deixou,
E os destroços de uma toda vida,
De recados longínquos de pessoas muito queridas,
Quimera é ter um bom apagador,
Para apagar toda essa dor,
Dor não vale nada,
Mas continuo á subir a ladeira,
A íngreme da vida.

Gelo sobre ás rosas...

Esta manhã acordei com vontade de ver a vida,
Mas qual foi a surpresa quando vi tomada de gelo,
Uma rosinha querida,
Sem culpa de nada,
Tomada da cor preta,
Entristecida.

Foi então que aprendi,
Que a vida é fina trama,
Que não permite ensaios,
Nem mesmo para quem á ama...

A rosinha não murchou,
Ela apenas se enregelou
Na esperança,
De bailar na maviosa das rosas dança...

É assim também em nossas vidas,
Vem e vão pessoas e coisas queridas,
E também saem,
E assim ficamos imersos em solidão,
Mas um dia bate o sol e derrete o gelo,
E acaba com toda essa sofreguidão.

Derramei...

Derramei hoje,
Sobre um retrato antigo meu,
Uma espessa lágrima,
Indicando o da tristeza apogeu...

Derramei essas lágrimas,
Sem o menor motivo,
A menor razão,
Só sei que esfacelou-se o coração.

Se pudesse mudar os dizeres mudaria,
O amanhã seria mistério,
O hoje enfado,
E o ontem um presente seria,
Para nos lembrar de coisas boas que o tempo hoje não trazeria...

Se tudo tivesse motivo e explicação,
Como é que explicaríamos,
A melancolia,
A tristeza,
Essa triste sensação.

Derramei hoje uma lágrima,
Sem a menor vergonha,
Chorei por todas as coisas enfadonhas.

Por mais que eu queira,
A memória me trás sobressaltos,
De tempos antigos,
De voôs altos,
Na imaginação,
Do meu antigo coração...

Derramei uma lágrima,
Um oceano,
Chorei mais do que em um ano,
Quem entende?
Triste enxurrada de pensares,
Não sei,
Só sei que me restam pesares.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A luz do luar...

A luz do luar,
Reluz no mar,
Espelha as tantas marés,
Que molha os pés,
Que bate na rosa,
E acentua ainda mais seu perfume,
Que ilumina a mulher corajosa,
Essa luz é presente de Deus,
É o espelho das estrelas,
É a rainha delas,
E sua luz é esplendor,
Transborda amor,
Repugnando a dor,
Assim essa luz irradia meu coração,
Oh!Parece que á tenho nas mãos,
Tão bela manifestação de luz,
Meus caminhos conduz,
Para um céu retinto,
Com um aspecto muito distinto,
Assim essas maviosas luzes agem,
Em minha vida,
Minha vida querida,
Á luz do luar,
Prometo a vida sempre amar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Inatingível...

Inatingível é o céu,
Doce é o mel,
Mas vem-me a boca o gosto amargo de fel,
Assim sofro,
Choro,
Morro,
Para assim alcançar o firmamento,
Para viver um momento.

Inatingível é a vida,
Pois sobreviver todos podem,
Viver é para os que se incomodem,
Incomodem com a injustiça,
E transpiram pela justiça.

Pois tudo na vida parece ser,
Inatingível,
Um cristal sensível,
Que quando quebrar,
Não dá mais para colar...

Inatingível é o que se pode enxergar,
Pois é como o céu,
O vemos,
Mas sabemos que nele nunca poderemos tocar.

Os olhos da lua...

A lua em nós relança,
Olhar de criança,
Marejado de melancolia,
Das gélidas noites frias...

Com lágrimas leitosas,
Salpicou o céu de estrelas,
Com perfume suave de rosas,
Tirou do céu o ar de rudeza.

Os olhos da lua são misteriosos,
Ocultos,
Temerosos,
De olhar de tristeza,
Um mar...

A relva reflete,
Tamanho esplendor,
Da lua chorando,
Pelo sol com amor.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Creêm Todos...

Creêm todos que a vida é ilusão,
Que as matas são do mundo o pulmão,
Que o que os olhos não veêm não sente o coração.
Creêm todos que o mundo originou-se de uma explosão,
Que lágrima é expressão,
Que nuvem é algodão,
Que coisa em obrigação,
É encher balão.
Creêm todos que mergulhar n'água depois da refeição,
É na certa indigestão,
Creêm que São Pedro manda pra Terra o trovão,
Que lenda é imaginação,
Que labirinto é confusão,
Que o osso é destinado ao cão.
Creêm todos que apaga o mata-borrão,
Que todos vamos sete palmos abaixo do chão,
Que vento forte é furacão,
Que ser corado é ser são,
Que é de poeira o estradão,
Que ser irmão é união...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Confusão...



Aqui na Terra é uma tamanha confusão,
Que não tem início nem final,
É a junção dos tempos passados com o atual,
Aos encontrões todos se encontram,
Numa cadência de passos desvairada,
Caminhando inertemente para o nada...

Nesta rima e refrão,
Não cabe o descontentamento,
Que existe em meu coração,
Em ver no que está virando
Este mundão!

Há os que esbulham,
Que choram,
Mas há também aqueles que na janela se debruçam,
E esperam,
Os que jamais voltarão...

Em resumo digo que este globo azul,
Apesar dos feitos bonitos,
É uma grande confusão,
Para a alma e o coração...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Há...

Há neste mundo tantas palavras não ditas,
E muitas injurias pronunciadas,
Há dons que não nos podem roubar,
E coisas que são facilmente esbulhadas...

Há duas estradas,
A que te leva á tudo,
E outra que não te leva á nada,
A vida é como uma escada,
Se caminharmos sem cuidado sobre ela,
Levamos um tombo e não nos lembramos de nada!

Há questões e porquês,
Há o plebeu e o marquês,
Há também o que em tudo crê,
E aquele que em tudo descrê!

A vida é um mar de desigualdades,
Com traições e lealdades,
Lances e relances,
Verdades e mentiras,
Bandidos e tiras...

Mas a verdade é que por trás disso tudo,
Existe em nós um ser mudo,
Calado para o mundo,
E atento para nós,
Há nesta vida muita ilusão,
Que tudo é perfeito,
E que um dia se findará,
Em uma explosão
De descaso e incompreensão.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

De repente...

De repente um sentimento arrebatou-me,
Veio devagarinho como desliza uma serpente,
Ao pensar atirou-me,
Com a maior das certezas,
Extinguindo minhas incertezas,
O dia em que o senti,
Pensei que não mais pensaria,
Em como o mal existiria,
Este sentimento,
Não se compra,
Não se vende,
Não é coisa de momento,
Este sentimento é valioso,
Não é penoso,
Pelo contrário,
Nos faz pensar,
Que o mundo devemos respeitar,
Esse sentimento é a fraternidade,
Que independe de raça,credo ou idade!