
Hoje jaz aqui,
Em meu coração,
Um antigo sonho,
Que vi escorrer pela minha inerte mão,
Pus em tantas folhas encadernadas,
O meu grande querer,
Mas vi que estas folhas hoje estão todas enlameadas,
Pela lama fétida do desistir e do perder,
E no pântano de acre cheiro,
Vi todo meu desespero,
E com a cabeça maneando,
Do meu sonho antigo me despedi chorando,
Hoje jaz aqui,
O que um dia já nasceu,
E hoje na secura do solo de meu coração,
Brotou e morreu...
Não me faço questões de nenhuma espécie,
Só queria mesmo que se soubesse,
Que por mais que se quisesse,
Neste ingrato canal de ilusões,
De balouçantes corações,
Não poderia evitar que se caísse em raras e fundadas decepções,
Então hoje jaz aqui,
O que um dia já guardei com carinho,
O que um dia me rendera escarninho,
O que um dia calou o que me foi dito,
O que hoje só quero esquecer,
E um dia apenas me lembrar,
Como apenas aquilo de que eu gostaria de ter,
Mas no meu coração,
Hoje está a jazer...
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