terça-feira, 21 de abril de 2009

Cascabulhos...

De que me adianta na vida,
Ser a pessoa querida,
Encontrar cascabulhos,
Abafar surdos barulhos,
Amarfanhar papéis que não quero ver,
E comprar jóias pelo cascabulho inevitável,
De um ser amável,
Que só as vende para a vida ganhar,
E eu ás compro para as contemplar...

E de que me adianta protestar,
P'ro povo ao outro mais amar,
Se tudo que desejo,
Alguém acaba de em cima pisar,
De que me adianta,
Ver gorda anta,
Passar pelo caminho,
E o meu eu ser tão sozinho...

Cascabulho vai e cascabulho vem,
Eu sou assim e não incomodo ninguém,
Mas sobre tudo eu sei amar á quem,
Quem sabe o que quer,
O que quis ter,
E tudo que quiser,
Pois a vida é determinante para morrer,
A vida só é vida pra quem sabe viver.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O dia em que fui feliz...

O dia em que fui tomada de felicidade,
Tem total veracidade,
Pois quando fui feliz de verdade aprendi á me amar,
E aos meus prantos mais valorizar,
Quando fui feliz de veras,
Rememorei antigas eras,
E tomei perspectivas de novas eras,
Desmontei antigos conceitos pessoais,
Preceitos,ambições e tudo o mais...

Simplesmente peguei o caminho mais curto e ensolarado,
E escolhi para caminhar ao meu lado,
Não sei quem,
Mas que sei muito bem,
Ilumina meu olhar,
E que no céu faz as nuvens dançar,
Este astro e galã,
É o rei sol,
Dono da beleza mais louçã...

Entre noite e manhã,
Cada vez mais tenho certeza,
O dia em que fui feliz de verdade,
Com toda a firmeza,
Aprendi a mais escutar,
E menos resmungar,
A mais ver,
E menos pensar,
A mais refletir,
E menos mentir...

Pois assim se constrói aquilo de que eu amo,
Vida inteira,
Páginas de um livro puídas pelo amargor de um mundo,
Mas em um segundo,
Torna-me lépida e fagueira,
Oh!Vida!
Chama que quero que ardas flamejante eterna fogueira.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Entreatos de um filme sem fim...

Hoje observei o mais incerto dos filmes na tela do coração,
Se tratava ali de minha vida uma grande confusão,
Que de paz e guerra é pura fusão,
E de quimeras é castelo,
E de castelo é ilusão...

Entre pequenos intervalos,
Parecia-me correr á cabeça um plantel de cavalos,
Entre atos e entre atos,
Os nós da minha cabeça parece que desato...

De sangue púrpura manchei o chão,
Mas sangue era esse,
Da pura dor do coração,
E esse sangue provinha dos ferimentos em que,
Dilacerado meu coração,
Tinha o pesado grilhão.

Mas voltando ao filme dotado de muita realidade,
Percebi que do trecho anterior senti muita saudade,
Saudade essa sem fim,
Saudade essa habitante antiga dentro de mim,
Faço o que se sou assim?

Entreatos de um filme sem início e nem final,
Estágio completamente terminal,
De uma poesia,
Que vai além do doce e do sal,
Que ama o bem e odeia o mal.