quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pobre Tempo

Pobre tempo escravo de nossas lembranças...
Oh,não deixo-te escapar...
Mas arredio tem uma velocidade ímpar,
Nem me dá por tempo vos contar.


Vos fostes como a primeira cantiga que chegastes aos meus ouvidos,
Juntamente á lembrança de meus entes queridos...
Ah,e se morro,
E se calo,
Será que vou ver toda minha vida escoar por vosso ralo?


Sei que nada posso,e nada devo fazer,
Para que vos falte,
Coragem de correr,
Para parar então de sofrer,
E que me tarde a hora de morrer!


Vã filosofia,
Quimera de mortal,
Que podes fazerdes vós,
Escravo de um terreno portal.

Mas se eu pudesse parar o mundo com a mão,
Antes de mais nada,eu diria que pela vida tenho paixão!


Sei também que nada escapa de vossas fortes garras,
Nem que poupas ningúem,
Nem alegrias,tristezas,rancores,ódios,amarras...
Até um inocente pé de alcaparras.


Oh!Pobre tempo,
Matas,Envelheces...
Nos entristeces,
Mas tendes a piedade,
Escutas nossas preces
E guarda-as para a hora de nosso findar,
Para que no ''céu''possamos entrar,
E ao lado de Deus andar.




Nenhum comentário: